O debate é longo e o mundo vem travando uma guerra contra às drogas desde – oficialmente – 1971. Em vão.
Segundo dados divulgados pelo Relatório Mundial sobre Drogas da ONU, no ano passado, cerca de 5% da população mundial entre 15 e 64 anos usa drogas ilícitas – o que corresponde a uma média de 243 milhões de pessoas. Estima-se hoje que 40% dos 9 milhões de presos em todo o mundo estejam na cadeia em razão das drogas – e isso tudo tem um custo altíssimo. Segundo a London School of Economics, essa guerra já custou ao mundo mais de 1 trilhão de dólares e criou um imenso mercado negro, avaliado em aproximadamente US$300 bilhões.
Já vimos que o resultado com a legalização da maconha em outros países vem dando cada vez mais certo, os benéficos estão gerando bons galhos frutos tanto para a população quanto para o governo, lucrando com os impostos do produto.
– Uruguai: após regulação da maconha, mortes ligadas ao tráfico da erva chegam a zero;
– Colorado fatura US$ 14 mi no primeiro mês de venda legalizada de maconha;
Se você é contra à guerra as drogas, considere – apenas por alguns minutos – alguns fatores:
E SE, ao contrário do que a gente imagina, essa história de guerra às drogas mais enriqueceu e empoderou esses criminosos, proibindo concorrência e transparência, entregando um monopólio de um mercado trilionário nas mãos de um punhado de pessoas dispostas a tudo para mantê-lo?
E SE essa história foi a responsável por criar drogas muito mais perversas do que a humanidade jamais ouviu falar – como o crack?
E SE defender uma guerra que até hoje não produziu qualquer resultado signifique defender menos policiais nas ruas combatendo crimes como assassinatos, assaltos, sequestros, estupros?
Você pode ser contra a legalização das drogas, o direito ao porte de armas e o aborto, mas certamente deve encontrar outros motivos para isso: em todos esses casos o que se busca é justamente tirar da ilegalidade e das mãos do crime mercados que movimentam bilhões todos os anos e deixam sequelas gravíssimas em toda sociedade. Acreditar que centenas de milhões de pessoas deixarão de consumir drogas ilícitas da noite para o dia – apenas porque “eu acho que isso é certo” – também não parece uma postura sensata para encarar esse problema.
Nessa guerra, o Spotniks já sabe em qual lado está.
Mas afinal de contas: Maconha é má?