A década de 1970 foi marcada pelo Z-Boys, equipe que revolucionou o mundo do skate. Apesar de ser composta majoritariamente por figuras masculinas, a equipe também contou com Peggy Oki, skatista mulher e única representante do gênero. Este fato impulsionara uma visibilidade feminina dentro de um esporte que vem mudando com o tempo.
Dona de um estilo gracioso e poderoso, ela sabia imitar muito bem um surfista ao mar. O mundo do skate só ganhou com o Z-Boys: o aumento da popularidade não só fortaleceu a cultura do esporte, como também fez surgir algumas oportuunidades de competições: os X Games e, mais recentemente, sua integração aos Jogos Olímpicos, são alguns exemplos disso.
Apesar de ser a única mulher a compor o time dos Z-Boys e ter se destacado ao patinar em primeiro lugar no estilo livre feminino no Nacional Del Mar de 1975, Peggy Oki não se sentia menosprezada pela pouca representatividade no esporte.
Eu estava fazendo algo que eu realmente amava. Eu realmente não pensava: ‘caramba, eu sou a única garota da equipe, onde estão minhas namoradas’ ou qualquer coisa assim. Eu estava apenas fazendo isso. Para mim estar em um esporte dominado por homens, não era realmente tão novo para mim. O skate pode ser mágico, e nunca é realmente importante quem está fazendo isso ou qual pode ser seu gênero. Adoro o movimento, o fluxo, o movimento do skate. Eu até amo o som das rodas do skate.
O foco e a energia da equipe não estavam necessariamente em mudar o esporte para sempre, embora esse fosse o resultado final, mas em “patinar nas margens, fazer jogadas e se divertir”, lembrou.
Daqui a poucos meses, o skate fará sua primeira participação oficial nos Jogos Olímpicos. A estreia acontecerá em Tóquio. Segundo Peggy, as expectativas pela inserção do esporte às Olimpíadas não permitem prever exatamente como ele será recebido pelo público, no entanto, algumas boas mudanças podem chegar ao esporte e à indústria do skate.
Não tenho certeza do que vai fazer. Acho que vai despertar mais curiosidade. Será interessante ver quantas pessoas, depois de ver essas coisas nas Olimpíadas, vão falar: ‘Bem, eu vou sair e comprar um skate’. Eu acho que as meninas jovens deveriam tentar andar de skate, ou qualquer coisa que pareça ser algo divertido que elas estarão interessadas em fazer.
Além de todo o legado de Peggy em termos de visibilidade, ela ainda é ativista ambiental. Uma de suas maiores paixões é proteger orcas, golfinhos e outras baleias. Em 2016, a skatista palestrou no TED sobre baleias comerciais.
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Vegana, alpinista e artista, ela ainda pratica ioga e afirma que está “escalando mais do que nunca”. Confira algumas fotos de Peggy Oki, uma das maiores representantes femininas no skate!
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