“Um Amor Mil Casamentos” conta história de Jack, que reencontra, no casamento de sua irmã, uma ex-paixão. Agora, ele fará de tudo para conquistá-la.
Feitiço no Tempo… Só que não
Desde a sinopse da Netflix, “Um Amor, Mil Casamentos” se vende como mais um filme que se utiliza da fórmula estabelecida por “Feitiço do Tempo”. Ou seja, um protagonista que revive o mesmo dia várias vezes até conquistar o que deseja. E se o filme seguisse essa proposta, apesar de clichê, haveria a possibilidade de um bom resultado final, como vimos nos recentes “No Limite do Amanhã” e “A Morte te dá Parabens”. Ambos sabem brincar com o clichê e adaptá-lo para um gênero diferente.
O problema é que “Um Amor, Mil Casamentos” só usa essa premissa na sinopse, ela mal dá as caras durante nos 100 minutos de rodagem e era melhor que seguisse dessa forma até o final, pois quando essa proposta é obrigada a aparecer, o longa desaba de vez.
Essa premissa vem sendo tão utilizada justamente por ser uma premissa. Apesar de recorrente, ela obriga o protagonista a buscar um objetivo e a superar obstáculos cada vez mais complicados para conseguir o que deseja. Dessa forma, a história sempre progride.
Entretanto, o novo longa da Netflix decidiu quebrar o clichê achando que ia fazer algo completamente inovador. Porém o resultado é exatamente o oposto. Inserir essa lógica no meio do filme já é uma escolha questionável. Por meio de uma narradora desconhecida, mais problemática ainda. Agora se, além disso, ocultar essa informação do protagonista, aí é um desastre completo.
É como se esse efeito fantasioso em nada mudasse os personagens. Eles seguem fazendo a mesma coisa repetidas vezes, até que o roteiro decide fazê-los mudar de atitude do nada para a história ter o fim desejado. Com isso, temos um protagonista completamente passivo e desinteressante, que tem como único objetivo beijar a garota. O problema é que a garota já gosta dele. Ou seja, chamar isso de objetivo ou problema seria encontrar qualidade onde não tem. Então, o que temos é um roteiro basicamente sobre nada. Ou melhor, sobre pessoas desinteressantes vivendo a vida durante um casamento insuportável.
Nem comédia, nem romance
O roteiro é praticamente inexistente e o romance é sem graça, mas o longa pode ser pelo menos engraçado e divertir o público, certo? Bom, se a história e o lado romântico são terríveis, o lado cômico consegue ser ainda pior. Pense em um filme bem bobo do Adam Sandler. Agora reduza 10 anos na idade mental dos personagens e imagine as piadas que sairiam disso.
Esse seria um bom resumo para o humor de “Um Amor, Mil Casamentos”. Falar que as piadas são nível segunda série seria ofender demais as crianças dessa idade. Só para exemplificar, um dos personagens passa o filme inteiro preocupado se o tamanho do pênis dele é maior do que o do ex-namorado de sua atual.
Nota: 1.5
Crítica em vídeo:
Assista abaixo à crítica em vídeo que eu fiz sobre o longa em meu canal, o 16mm.
Assista ao trailer:
Ficha Técnica:
Título original: Love Wedding Repeat (Um Amor Mil Casamentos)
Data de lançamento: 10 de abril de 2020 (1h 40min)
Direção: Dean Craig
Elenco: Sam Caflin, Joel Fry, Olivia Munn mais
Gêneros: Comédia Romântica, Comêdia
Nacionalidade: EUA