“The Last Days of American Crime” conta a história de um grupo de criminosos que planejam um assalto antes de um sistema anticrimalidade do governo entrar em ação.
Indústria cinematográfica
“The Last Days of American Crime” é mais um filme a expor os sérios problemas da indústria de cinema, principalmente Hollywood. Para uma diretora ter oportunidade em um grande estúdio, ela precisa se provar várias e várias vezes, não só com obras de qualidade, mas também com bilheteria. Diretores que vem do cinema independente tem um pouco mais de facilidade, mas ainda assim encontram rejeição para se fazerem vistos e terem achance de fazer uma obra autoral com orçamento maior.
Enquanto isso, diretores como Olivier Megaton (Busca Implacável 3) seguem trabalhando em projetos de orçamento enxuto e grande divulgação, mesmo após acumularem apenas filmes ruins (sendo bem generoso) em seu currículo. E, como era de se esperar, “The Last Days of American Crime” é mais uma péssima obra na carreira desse diretor que nunca fez um filme minimamente decente.
Pretensioso e inchado
Eu poderia ficar horas falando sobre a quantidade de problemas e escolhas sem sentido tanto de Megaton quanto do roteiro e da montagem. Porém esse filme não merece tal atenção e já basta ele ter 10 horas de duração (pelo menos essa é a impressão). Dessa forma, resumirei a análise do novo filme da Netflix em poucas sentenças, o que já é mais do que ele merece.
Trata-se de uma obra de 2h30, repleta de personagens rasos e irritantes, subtramas desnecessárias, toda uma estética (sobretudo música e fotografia) que individualmente é interessante, mas no contexto da obra soa apenas brega e ridícula (destaque negativo para a patética cena de sexo no banheiro com uma alteração na música ainda mais vergonhosa), uma história que não funciona justamente pelas motivações rasas e, por fim, cenas de ação medíocres (estou sendo bonzinho aqui).
Além disso, é um filme teoricamente de assalto em que o assalto só acontece depois de mais de 1h40 (!!!!!) de projeção, enquanto a ação só aparece após a primeira hora.
Então, o que temos é um filme extremamente longo (há mais de uma hora sobrando aqui), inchado, pretensioso, cansativo, que não funciona nem no gênero em que deseja trabalhar e que perde a oportunidade de debater as questões sociais que a premissa sugere. Na verdade, a premissa só serve para o marketing da obra, porque no filme mesmo ela é quase completamente descartável.
O pior filme do ano, mas funciona bem para quem está com problema de insônia.
Nota: 1.5
Crítica em vídeo:
Assista abaixo à crítica em vídeo que eu fiz sobre o longa em meu canal, o 16mm.
Assista ao trailer:
Ficha Técnica:
Título original: The Last Days of American Crime
Data de lançamento: 5 de junho de 2020 (2h 30min)
Direção: Olivier Megaton
Elenco: Edgar Ramírez, Anna Brewester, Michael Pitt mais
Gêneros: Ação, Suspense
Nacionalidade: EUA