“Marvel’s Avengers” é o aguardado jogo da Square Enix sobre os vingadores para a geração atual de consoles (Ps4 e Xbox One). Nele, vemos o grupo ser traído e a falha resulta na morte de milhares de pessoas em San Francisco. Além disso, ele é desmantelado, muitas pessoas são atingidas e viram inumanos e AIM passa a ser a maior corporação do mundo.
Anos depois, Kamala Khan, uma inumana apaixonada pelos vingadores, decide ir atrás dos ex-integrantes do grupo a fim de reuni-los para combater a AIM.
Gráfico e formato
Desde o lançamento do primeiro trailer, ano passado, “Marvel’s Avengers” passou a receber um olhar de desconfiança dos fãs, por causa do gráfico que não dizia respeito ao que se espera de um jogo de Ps4 ou Xbox One. Dessa forma, o game foi adiado e a expectativa era de uma grande melhoria nesse quesito quando lançado oficialmente.
Mas a verdade é que isso não aconteceu exatamente. Claro que houve sim evolução, mas ainda assim o resultado foi bem abaixo dos jogos desse porte. Se compararmos “Marvel’s Avengers” a games lançados antes como “Ghost of Tsushima”, “The Last of Us Part II”, “Spiderman”, “God of War” e “Red Dead Redemption”, o jogo dos vingadores fica parecendo Ps3 ou Xbox 360.
Não há textura, os personagens não apresentam expressões minimamente críveis e os cenários são pouco inventivos, o que nos leva ao segundo e maior problema do jogo: a repetição. Por mais que exista uma história e uma progressão narrativa, para evoluir os heróis e torná-los capazes de fazer as missões principais é preciso realizar uma série de missões secundárias e treinamentos. Até aí, nada demais.
O problema é que essas missões ficam restritas a três ou quatro ambientes, enquanto os treinos são sempre nos mesmo lugares. A única mudança são os oponentes, que evoluem ao mesmo tempo que melhoramos os personagens. Dessa forma, o jogador é obrigado a fazer as mesmas missões repetidamente para poder seguir a narrativa principal, o que torna a experiência pouco inventiva e muitas vezes tediosa.
Narrativa
Porém, se as missões secundárias pouco alteram a história principal, não dá para deixar de elogiar algumas escolhas da trama central. A começar pela protagonista. Ao trazer a Kamala Khan (antes de se tornar Ms. Marvel) para primeiro plano, o jogo cria uma identificação muito grande com o público. É uma fã tentando restaurar os vingadores para ajudá-los a salvar o mundo. Qual jogador não queria viver essa experiência?
Além disso, essa proposta engrandece o lado humano dos personagens. Os heróis são retratados como falhos e desesperançosos. Incapazes de lutar, eles deixam uma corporação ditar as regras do mundo e caçar jovens com poderes. Entretanto, se esse tratamento funciona com os heróis, não posso dizer o mesmo dos vilões. O jogo até ironiza a caricatura dos antagonistas, mas na verdade isso é apenas uma autodefesa para tentar justificar uma oposição genérica.
Então, apesar do gráfico fraco e das diversas interrupções repetitivas, “Marvel’s Avengers” consegue ser uma boa introdução à franquia, que acerta ao trazer a grandiosidade falha do heroísmo. Os fãs dos personagens certamente vão se empolgar com vários momentos.
Nota: 6.0
Assista ao trailer: