The Amazing World of Gumball (O Incrível Mundo de Gumball), a série de animação do Cartoon Network criada por Ben Bocquelet, está chegando no fim. O seriado, conhecido pelo estilo gráfico de não ter um estilo gráfico (misturando CGI realista, animação feita à mão, fantoches, stop-motion, e até live-action como se viu no trailer do remake de O Rei Leão), está perdendo seu criador, que já tinha anunciado não estar disponível para continuar. No dia 24 de junho de 2019 foi exibido nos Estados Unidos “The Inquisition”, o último de 240 episódios de Gumball estando Bocquelet envolvido no processo de criação.
Assista a uma parte do episódio:
O Cartoon Network não fechou a porta à continuação de Gumball sem seu criador, mas seguramente que a inspiração não será a mesma.
A referência de uma década?
É difícil dizer de uma determinada série que foi a referência de seu tempo. Principalmente em nossos dias, quando a explosão da internet trouxe um sem número de mídias e conteúdos à disposição dos públicos mais diversos que se pode imaginar, ao contrário do que acontecia em décadas anteriores.
Será difícil dizer que Gumball é algo como um herdeiro d’oS Simpsons. Na verdade, ele é muito mais que isso. Seguindo a mesma estrutura familiar (pai, mãe e três filhos) que vemos nos Simpsons e também em Family Guy, o Incrível Mundo de Gumball combina o cenário familiar com o cenário escolar, com muitos episódios se focando apenas em Gumball e Darwin e dispensando a família, ou até mesmo com outros personagens de Elmore. O apelido da família, Watterson, é uma homenagem a Bill Watterson, autor de “Calvin e Haroldo” – sem dúvida, uma das obras de quadrinhos mais importantes do final do século XX, cuja liberdade de pensamento e de ação de seus personagens está muito refletida em Gumball, mesmo quando as perspectivas políticas são diferentes. Política também não faltou por aqui, e até filosofia – com Gumball e Darwin refletindo várias vezes sobre o significado da vida e da existência, o que levantou algumas críticas em tempos de grande polarização de opiniões à nível internacional.
O Cartoon Network pretendia um produto-âncora forte, inovador, criativo e corajoso, e sem dúvida que o conseguiu com O Incrível Mundo de Gumball.
O fim: por quê?
O cartunista Ben Bocquelet, criador da série, já havia anunciado o fim em setembro de 2016, quando o processo de produção da sexta série estava começando, que seria sua última. Sem notícia de incompatibilização com o Cartoon Network, sucedeu algo que é comum com os criadores: o cansaço que vem com as exigências de seu maior sucesso. Bocquelet “criou um cartoon chamado Gumball, agora está querendo fazer outras coisas”, como diz em seu perfil de Twitter, e só podemos lhe desejar boa sorte.
E o filme?
O último episódio tem um final que pode se considerar como infeliz. Os personagens não morrem, mas a sensação de vazio que é criada no espectador é claramente deliberada, por referência a um cenário específico que é mostrado em diversos episódios anteriores. Em seu Twitter, Bocquelet se defendeu dizendo que “o fim de Gumball não foi uma escolha sua, mas que se um filme for feito, tudo sairá de outra maneira.”
A ideia de um filme de Gumball não é nova. Em um outro episódio, Gumball e Darwin estavam se preparando para ver na internet um trailer do filme sobre “The Amazing World of Gumball”, mas depois de clicarem tudo o que apareceu foi o chihuahua tocando saxofone, o mesmo que pode fazê-lo durante 10 horas (em um outro vídeo).
É muito provável que tenhamos um filme de Gumball nos próximos tempos, e com um final mais feliz que o da sexta série. Contudo, será necessário aguardar por confirmação oficial.