Apesar de muita gente acreditar que o Melhor Filme do Oscar é escolhido por ter o maior número de votos, na realidade, não é bem assim. Ou seja, o modelo adotado é o de voto preferencial, que exige aos votantes não votar em apenas um filme, mas colocar em ordem de preferência todos os 10 indicados na categoria.

A partir daí, vencerá o filme que tiver mais de 50% dos votos para primeiro lugar, o que não deve acontecer de cara. Por isso, uma série de remanejamentos pode ser feita, excluindo os menos votados e passando a valer o segundo lugar desses votantes.

Todos os votantes da Academia votam nesta categoria, tanto para as indicações, quanto para definir o vencedor.

Assista minha análise completa explicando com um exemplo hipotético, para o canal 16mm:

Desde quando Melhor Filme é escolhido assim?

Esse modelo começou em 2009, na transição no número de indicados a Melhor Filme. Antes eram apenas 5, a partir de então o limite subiu para 10, para recentemente ser definido como 10 filmes, independente de quantos votos para primeiro lugar ele receber dos votantes.

O modelo gera polêmica por ser aplicado apenas nesta categoria, e, principalmente, por privilegiar não necessariamente o filme mais querido ou o melhor filme, mas aquele com menor rejeição.

Diversos casos recentes, sendo os mais destacados as vitórias de Green Book em cima de Roma e de No Ritmo do Coração sobre Ataque dos Cães, revelam a possibilidade de boicotar filmes e impedi-los de vencer, ainda que sejam os filmes votados em primeiro lugar pelo maior número de votantes.

A discussão vem de anos, mas a Academia se mantém fiel a esse modelo. E, neste ano, pode ser uma boa para o brasileiro Ainda Estou Aqui ou para longas como Conclave e Um Completo Desconhecido, que não apresentam rejeição, diferente de outros favoritos como Anora, O Brutalista e Emilia Pérez.