A jornalista Marta Rangel fez um vídeo para mostrar as consequências da Covid-19 após ter ficado internada entre os dias 27 de novembro e 5 de dezembro no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, quando identificou sintomas graves. O vídeo, que mostra a comunicadora realizando um exercício de fisioterapia respiratória para colmatar as sequelas do coronavírus, se tornou viral. Na legenda, ela explicou com mais detalhes o procedimento. Confira!

 

Para quem ainda não percebeu a gravidade e as consequências da Covid-19.

Neste vídeo, partilho um pouco da m/Fisioterapia Respiratória. Faço exercícios 4 vezes/dia, 10 inspirações de cada vez. Com sorte, os pulmões poderão regressar ao “normal” em 6 meses/1 ano. Segundo o médico de Reabilitação Respiratória, para a m/idade, altura e peso, eu deveria ter uma capacidade respiratória de 3000 ml, em condições normais, e 3500 em esforço. Neste momento, estou a fazer exercícios para atingir os mil mililitros e comecei nos 750. Partilho este testemunho para alertar, mais uma vez, para a gravidade e consequências da Covid: não é uma gripe, não atinge só os mais velhos e vulneráveis nem as pessoas com problemas de saúde. Eu tenho 39 anos, sempre fui saudável, nunca tive problemas de pulmões (nem asma),não tinha qq factor de risco e, mesmo assim, tive sintomas graves e estive internada de 27/11 a 05/12 no HSFX, 3 dias nos cuidados intensivos. Qndo cheguei a casa, ir da sala à casa-de-banho – 5 ou 6 metros – deixava-me mto cansada. Tarefas como tomar banho ou fazer a cama deixavam-me exausta.Tive alta há cerca de 1 mês e meio e sinto-me melhor. No entanto, antes de ter Covid, fazia treinos com PT 1 a 2 vezes/semana e caminhadas de 7km, às vezes, 14km. Agora, fico exausta com uma volta ao quarteirão para passear a Sunny. Para todas as pessoas que estão mais focadas nas excepções do que na regra – ficar em casa; para todas as que arranjam todo o tipo de justificações para sair, peço: por favor, ouçam os profissionais de saúde. Eu estive internada quando existiam menos casos. Fui muito bem tratada. Nesta altura, tinham tempo para perguntar-me como eu estava – o q é mto importante qndo estamos isolados. Não queiram saber o q é estar nos cuidados intensivos e aperceberem-se de pessoas que morreram. Não queiram saber o q é estar sempre a ouvir máquinas a apitar c/os nossos sinais vitais. Não queiram saber o q é ouvir uma máquina disparar e questionarem-se o q terá acontecido. Não queiram saber o q é estar sem ver a família, os amigos e passar-vos pela cabeça que, se calhar, não vão sair dali.Protejam-se por vocês, pelos outros, por todos os profissionais de saúde que dão a vida por nós ❤️

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