“Branca Como a Neve” conta a história de Claire, uma bela jovem que perde seu pai e é obrigada a viver com a sua madrasta. Até o momento em que é raptada e vai parar em uma cidade no interior da França.

Bagunça e a falsa complexidade

“Branca Como a Neve” é o tipo de filme que tem a clara certeza de que está propondo algo diferente, quebrando padrões e revigorando um gênero ao adaptar um conto famoso para os dias de hoje. Mas, na verdade, o que o longa traz é uma história rasa, bagunçada e completamente indecisa.

E isso acontece principalmente pela narrativa não se decidir se vai contar uma história nova ou ficar presa ao conto original. Como resultado, ela transita de forma nada orgânica entre o real e a fantasia.

Além disso, a direção é tão displicente que traz sem nenhum sentido planos formados por enquadramentos e iluminação que remetem aos filmes hollywoodianos das décadas de 40, 50 e 60. Da mesma forma que aparecem, eles vão embora. E é uma pena que a cena mais marcante do longa se encontre neste mesmo problema. Trata-se do momento da Isabelle Huppert dirigindo sozinha um conversível.

branca como neve

Reinventando o conto?

Outro problema passa pelas personagens, com motivações completamente aleatórias, só porque o filme quer parecer algo diferente. E se a gente não entende estas é justamente porque o filme não tem nenhuma vontade de desenvolver as protagonistas. Ele começa como um suspense que logo se transforma em um filme de autodescoberta adolescente para depois virar um drama de vingança.

E se as transições entre gêneros não são naturais, pior ainda é quando o longa quer introduzir referências à “A Branca de Neve e os Sete Anões”. Além de absurdas, elas nem funcionam em muitos momentos como um paralelo ao conto, principalmente quando relacionado aos “sete anões”. Até porque estes são apenas personagens unidimensionais que aparecem e saem da trama de acordo com o que a protagonista está precisando em determinado momento.

E o pior é que as referência são tão claras ao conto, porém o roteiro faz questão de explicar muitas delas como se o público fosse incapaz de entender. Enquanto isso, a parte mais adulta se perde em repetitivas cenas de sexo filmadas da forma mais genérica possível.

Nem a incrível Huppert é capaz de salvar o longa, já que sua personagem começa a ganhar relevância justamente quando o longa já caiu em um loop absurdamente desinteressante.

E, claro, como esquecer da reviravolta que por algum motivo a diretora e roteirista Anne Fontaine achou que seria surpreendente?

Nota: 3.5

Assista ao Trailer:

 

Ficha Técnica:

Título original: Blanche Comme Neige (Branca Como a Neve)
Data de lançamento: 19 de setembro de 2019 (1h 52min)
Direção: Anne Fontaine
Elenco: Lou De Laâge, Isabelle Huppert, mais
Gêneros: Drama, comédia
Nacionalidade: França