“Moonfall – Ameaça Lunar” acompanha dois cientistas da NASA e um defensor de teorias da conspiração tentando salvar a Terra da Lua.

O filme está disponível nos cinemas.

Uma ode às teorias da conspiração

Roland Emmerich retorna com uma nova catástrofe mais absurda e com menos compreensão do mundo em que está vivendo.

O diretor que estabeleceu a sua carreira com filmes de catástrofe, após o sucesso comercial de “Independence Day”, volta a fazer o mesmo filme de sempre. A fórmula já é conhecida, uma ameaça de fora da Terra pode destruir nosso planeta. Por isso, um pequeno grupo terá de salvá-la, enquanto acompanhamos um outro grupo qualquer nota tentando sobreviver por aqui.

Além disso, teorias da conspiração surgem e as regras estabelecidas pelo próprio filme são quebradas o tempo todo (aqui vemos a Lua sugando o oceano, mas, ao mesmo tempo, os seres humanos continuam conseguindo viver sem que nenhuma força os puxe).

“Moonfall” é uma comédia. Ou talvez uma sátira. A única pessoa que não descobriu isso foi o catastrófico (nos dois sentidos e com o perdão da piada infame) Roland Emmerich.

Critica Moonfall Ameaca Lunar

Com isso, o diretor não sabe rir dos filmes de catástrofe, não sabe se renovar estilisticamente e se utiliza dos mesmos temas e linguagem da década de 1990 para narrar um longa em 2022. É claro que não funciona. O drama beija o brega e fica por lá, já que o cineasta acha tudo aquilo super profundo. A comédia dá vergonha alheia, mas de uma forma não intencional.

E se toda a linguagem cinematográfica utilizada e a falta de tato do diretor para rir de si mesmo já não são incômodos o suficiente, Emmerich ainda faz questão de mostrar que não faz ideia do mundo em que vive (ou, se faz, concorda com a galerinha neonazista, conspiracionista, QAnon, terraplanistas e cia).

E se esse tipo de teoria da conspiração era aceitável na década de 1990 a ponto de serem engraçadas ou inofensivas, o mesmo não pode ser dito nos tempos atuais, quando tais teorias são capazes de mobilizar quase 50% da nação mais rica do mundo, eleger presidentes ao redor do mundo e continuar se expandindo.

Só que, ou Emmerich é completamente alheio à realidade ou ele concorda com esses absurdos, a ponto de fazer do líder de uma organização de conspiracionistas (com direito a neonazis presentes) se tornar o grande herói do filme. O diretor pega o maior mal do nosso tempo e vangloria. Esse é o nível do bizarro “Moonfall”, que dificilmente terminará 2022 em um posto que não seja o de pior filme do ano.

Nota:148839

Assista a minha crítica em vídeo:

Assista ao trailer:

Ficha Técnica:

Título original: Moonfall
Data de lançamento: 3 de fevereiro de 2021
Direção: Roland Emmerich
Elenco: Patrick Wilson, Halle Berry, John Bradley-West
Gêneros: Catástrofe
Nacionalidade: EUA