“Paternidade” acompanha Matt, que perde sua esposa logo após o parto de sua filha. Agora ele terá que aprender a cuidar sozinho de Maddy.

O filme está disponível no catálogo da Netflix.

Filme da semana

“Paternidade” é o típico filme semanal da Netflix. Não daqueles de grande investimento e gigantesca divulgação, mas sim um longa para preencher o ousado planejamento do streaming de ter um “grande” lançamento por semana. Como é comum nessas obras de “preenchimento de catálogo”, lançadas entre as de orçamento superior aos 100 milhões, o novo trabalho de Paul Weitz é menor em escala, fechado dentro de um universo pequeno e apegado a uma mensagem final. É o bom e velho “filme leve para assistir em uma sexta-feira à noite”.

Assim, somos apresentados quase imediatamente a situação central: um pai solteiro tendo que cuidar da sua filha. Aqui vale um destaque para a atuação de Kevin Hart, que justamente por ter uma carreira voltada à comédia consegue trazer uma leveza para a dramaticidade do personagem central e da situação que ele vive. E é justamente nas relações mais naturais entre ele e sua filha, interpretada por Melody Hurd, que o longa encontra seus melhores momentos.  Talvez “Paternidade” seja justamente sobre isso: momentos. Weitz se sai muito melhor ao construir cenas, tanto cômicas quanto dramáticas, seja na aproximação ou no afastamento entre pai e filha ou no flerte entre ele (alguém que esqueceu como é se relacionar com outra mulher) e a nova namorada.

Critica Paternidade Netflix 2

Entretanto, Weitz (que também é responsável pelo roteiro), tem grande dificuldade de se desvencilhar da narrativa fragmentada e construir um todo que flua naturalmente. Parece que sempre quando o filme começa a engatar a terceira marcha, ele engasga em alguma situação que rompe a continuidade dos eventos.

Isso se dá muito pela falta de ideias além da temática principal. Justamente por ser um filme meio direto e evidente sobre o que quer ser, Weitz precisa criar situações secundárias para parecer maior do que realmente é. Porém, essas situações sempre surgem mais como interrupções do que como algo realmente necessário para a linha narrativa central. Isso fica muito claro nas participações quase sempre deslocadas de Lil Rel Howery, reduzido apenas a mais um alívio cômico em um filme já repleto de piadas.

Mas se Weitz e Hart conseguem estabelecer alguns bons momentos em cenas pontuais, há uma grande dificuldade do filme de passar sua mensagem de uma maneira mais sutil. Durante quase toda a projeção, o filme soa quase como uma propaganda e fica claro que o diretor não vai tentar suavizar os momentos dramáticos. Mais do que isso, “Paternidade” vai tentar te fazer chorar o tempo todo sem nenhuma cerimônia, vai depender do espectador comprar ou não essa pegada manipulativa que o longa adota.

Nota: 5.5

Assista a minha crítica em vídeo:

Assista ao trailer:

Ficha Técnica:

Título original: Fatherhood
Data de lançamento: 19 de junho de 2021
Direção: Paul Weitz
Elenco: Kevin Hart, Anthony Carrigan, Melody Hurd
Gêneros: Drama, comédia
Nacionalidade: EUA