“Resident Evil: Bem-Vindo a Raccoon City” acompanha Claire retornando à sua cidade natal, que agora se encontra devastada e cheia de moradores apresentando reações estranhas.
O filme está disponível nos cinemas.
Muita história para pouco filme
Se a série de filmes anteriores era problemática por ter como mente criativa Paul WS Anderson, que não conhece nada de Resident Evil e muito menos de cinema de ação, com sua mise en scène sempre caótica, o novo continua tendo Anderson como produtor, mas seu problema está na escolha comercial de adaptar os dois primeiros jogos em apenas um filme.
Com isso, fica difícil responsabilizar totalmente o diretor Johannes Roberts pelo fracasso desse reboot. É bem verdade que, na tentativa de nos situar na década de 1990, quando se passa o primeiro jogo, o cineasta demonstra uma grande ingenuidade ao gritar em tela a cada cinco minutos algum elemento daquela década.
E isso vai acontecer tanto com objetos, como carros, rádios, telefones, quanto com as escolhas estéticas. E, por mais que Roberts até seja capaz de criar alguns bons momentos de tensão com essa câmera mais ativa e cheia de movimento, ele demonstra um erro básico, o de não entender a evolução da linguagem cinematográfica.
Então, quando a ambientação nos situa naquela época, sobretudo com o belo e fiel aos jogos design de produção da delegacia e da mansão, funciona bem. Entretanto, quando o diretor busca o mesmo objetivo por meio de uma câmera e das interpretações noventistas, tudo soa meio fora de tom e ultrapassado. Isso porque o cinema está em constante mudança e tentar reproduzir a estética de 30 anos atrás não faz sentido e vira um ruído.
Mas, sendo bem sincero, esse é um dos poucos casos em que a direção tem pouca culpa pelo desastre. Tendo uma mina de ouro na mão e muitos filmes para explorá-la, não faz qualquer sentido a escolha de adaptar dois jogos em um filme, ao invés de um de cada vez.
Com isso, somos jogados em um universo repleto de personagens e ações simultâneas, em que tudo é feito às pressas, pouco tempo é dado para o desenvolvimento dos personagens, transformando-os em meros estereótipos, além de uma série de outros elementos, como “zumbis diferentes” que surgem do nada e só vão fazer sentido para quem já jogou os jogos.
Assim, “Resident Evil: Raccoon City” vem para comprovar que tudo em que Anderson toca vira automaticamente algo catastrófico, principalmente em se tratando de adaptações de jogos de video game.
Nota:
Assista a minha crítica em vídeo:
Assista ao trailer:
Ficha Técnica:
Título original: Resident Evil: Welcome to Raccoon City
Data de lançamento: 2 de dezembro de 2021
Direção: Johannes Roberts
Elenco: Kaya Scodelario, Avan Jogia
Gêneros: Terror
Nacionalidade: EUA