Sonic, o porco-espinho azul mais famoso do mundo, se junta com os seus amigos para derrotar o terrível Doutor Robotnik, responsável por aprisionar animais inocentes em robôs.
Derivado, mas divertido
“Sonic: O Filme” serve muito mais como um estudo da tecnologia no cinema e o debate sobre o hiperrealismo do CGI do que como um filme em si. Já que o longa aposta em uma fórmula pronta de entretenimento e tem toda a cara de um filme de estúdio. É um daqueles que pouco importa quem é o diretor ou diretor de fotografia por trás das câmeras, e menos ainda que é o roteirista que o escreveu.
O objetivo é claro: divertir o público fã do personagem durante uma hora e meia. Para isso, a escolha é por um roteiro simples, direto e formulaico. Começa minimalista e focado nos personagens centrais e aos poucos se entrega para a megalomania. E, ainda que derivado, o longa é honesto e entrega uma aventura divertida de se acompanhar.
A única escolha da direção (e provavelmente do estúdio) que não faz muito sentido é apostar em um tom bem infantil. Todas as piadas, os diálogos e as viradas de roteiro são genéricas e bobas. Eu até entendo a ideia de atingir um público mais infantil, mas os verdadeiros fãs do personagem são pessoas mais velhas. Ou seja, ao visar aumentar a audiência, o longa pode esquecer o público-alvo.
“Videogamezação” do cinema
Entretanto, o grande acerto do longa é o de abraçar o artificial, desde o personagem título até os personagens e desenvolvimento narrativo. Eu acredito que essa não foi uma escolha intencional, mas sim resultado da repercussão da internet após o primeiro trailer. Porém, isso pouco importa, o que vale é o resultado final, que é bem satisfatório.
Isso só prova que o CGI atingiu um nível tão impressionante que o público aos poucos deixa de se impressionar com o realismo do digital. E, muitas vezes, o menos realista e mais artificial é uma escolha mais genuína e agradável. Da mesma forma que o realismo do remake de “Rei Leão” tirou o brilho do original, o Sonic mais parecido com um animal de verdade não combinaria com essa proposta de narrativa que abraça o video game e o artificial.
Dessa forma, até o exagero absurdo de Jim Carrey como Robotnik cai como uma luva ao longa. Por sinal, o ator acaba sendo o grande destaque do filme, ao mesmo tempo que se diverte ao elevar as caras e bocas que fez em boa parte da carreira a um nível jamais visto.
Nota: 6.0
Crítica em vídeo:
Assista abaixo à crítica em vídeo que eu fiz sobre o longa em meu canal, o 16mm.
Assista ao trailer:
Ficha Técnica:
Título original: Sonic: The Hedgehog (Sonic: O Filme)
Data de lançamento: 13 de fevereiro de 2020 (1h 39min)
Direção: Jeff Fowler
Elenco: James Mardsen, Jim Carrey, Ben Schwartz mais
Gêneros: Comédia, Aventura
Nacionalidade: EUA