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Um filme cheio de palavrões que já arrecadou mais de US$ 100 milhões apenas nos Estados Unidos. Inúmeras piadas de duplo sentido, tom sexual apelativo (já começa com o Frank falando para Brenda sobre “meter minha salsicha no seu pão”), aborda temas polêmicos como sexo, drogas e ainda faz uma reflexão muito parecida com as filosofias de Platão.

Depois de descobrirmos o que os brinquedos e os animais domésticos fazem quando não estamos por perto, é hora de saber como seria a vida de alimentos que compramos no supermercado, se eles tivessem consciência.

Os alimentos ganharam vida! Inclusive, uma vida bem parecida com a humana…

Uma pequena sinopse:

Imagine que todos aqueles alimentos encontrados em um supermercado PENSAM, e ainda por cima acham que as PESSOAS SÃO DEUSES, e o seu destino é que sejam escolhidas um dia para serem leva-das além das portas do supermercado.

O grande problema acontece quando elas chegam em casa (paraíso) onde viveriam felizes para sempre mas acabam descobrindo uma nova realidade, sendo cortados, ralados, cozidos e no final devorados!

A partir daí, aqueles que sobraram iniciam uma nova luta recrutando novos alimentos e se rebelar contra os humanos. Entre eles está Frank, uma salsicha, que irá tentar convencer os outros alimentos do supermercado sobre sua existência e o que acontece quando eles são escolhidos na prateleira.

Agora vem o plot twist carpado:

O filme não tem nada de infantil e a pornografia só não é mais explícita porque os personagens são simpáticos e inocentes alimentos industrializados!

Como esperado, o longa segue o mesmo ritmo dos filmes roteirizados pela dupla Seth Rogen e Evan Goldberg, como “A Entrevista” “É o Fim” (2013), “Superbad” (2008) e “Segurando as Pontas” (2007), com um roteiro seguindo para o humor e fazendo piadas afiadas, “Festa da Salsicha” tenta arranhar temas mais polêmicos, alfinetando especialmente o fanatismo religioso, seus tabus e suas visões de mundo baseadas em mitos – que, no filme, são tratados literalmente como histórias inventadas por líderes drogados.

No “elenco”, também estão um bagel judeu e um pão sírio (que acredita que será recebido no paraíso por 77 garrafas de azeite extra virgem, por exemplo) que não conseguem conciliar suas diferenças religiosas, um taco mexicano lésbico, uma aguardente com conhecimentos xamânicos, um chiclete-gênio e até uma ducha íntima!

Outro ponto é na equipe de dublagem da animação. Todo alimento do filme recebe um tratamento especial e único em relação a sua voz – cada uma delas compostas por personalidades como James Franco, Paul Rudd, Jonah Hill, Kristen Wiig, Michael Cera e Edward Norton. No Brasil, a equipe do Porta dos Fundos ficou responsável pela direção de dublagem de grande parte dos personagens e não deixou nenhum palavrão censurado.

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Confesso que achei a história um pouco fraca e com muitas reflexões aleatórias, mas estamos falando de alimentos falantes, então não podemos esperar muito né? Falta uma história coerente para amarrar todas as esquetes e, mesmo que algumas sejam bem sacadas, a sensação geral é de estar assistindo a uma brincadeira entre amigos e não a um longa-metragem profissional.

Ele desce a religião a um patamar que fica muito fácil debater, tipo, não desmerece as crenças, mas desmerece o sentido dela com frases que costumam ser questionadas no dia-a-dia como “nao posso fazer isso por que deus não acha certo” ou “como você sabe o que deus acha certo?”

Resumindo: Mais um besteirol americano, porém ridiculamente bom. Vale a pena (e a pipoca)!