Você sabia que existe um projeto chamado Women of Rock Oral History Project que busca o protagonismo feminino no rock’N’roll? Irado, né? Nomes que vão desde o indie ao punk figuram por lá.
Tanya Pearson é a grande responsável pelo desenvolvimento do projeto. Ainda jovem, ela percebeu a falta de acesso às histórias de mulheres do rock, assim, em 2016, dediciu lançar o “Women of Rock“, buscando uma maior visibilidade para a figura da mulher dentro do rock’N’roll.
“A principal razão pela qual iniciei este projeto é porque era algo que eu gostaria de ter acesso quando tinha 13 ou 14 anos”
Em que consiste o Women of Rock Oral History Project?
O Women of Rock corresponde a uma série de entrevistas que mostram artistas exluídas das narrativas populares do rock. Pearson notou que, apesar de haver muitas mulheres em bandas e grupos musicais, elas não eram repercurtidas ao ponto de se destacarem na cena musical. Assim, a falta de detalhes e informações a respeito da figura da mulher no rock foi sentida principalmente em 2014, quando passou a pesquisar sobre o assunto para o projeto.
“Comecei a pesquisar para ver se existia alguma história oral de mulheres no rock. Não encontrei muito e fiquei surpresa. Eu decidi que isso era algo que eu realmente queria fazer.”
Acontece que os rockeiros são praticamente divindades dentro do rock’N’roll, assim, suas histórias dentro da indústria são hegemônicas. Nesse contexto, as vozes – e as imagens – femininas são colocadas à margem.
A marginalização da mulher não é, porém, nenhuma novidade em meio ao contexto social. O feminismo está aí para provar que as lutas pelo espaço feminino devem ser constantes, caso contrário…
Nos palcos e nos estúdios, a situação é a mesma: as carreiras femininas estão fadadas ao fracasso antes mesmo de começaram, não por falta de talento, mas quase que exclusivamente de oportunidade.
Origem do Women of Rock
Pearson achou que devia agir em relação a esse desequilíbrio. Dessa forma, surgiu o “Women of Rock”.
Criado enquanto ela ainda era estudante da Smith College, em Massachussets, o projeto tem como objetivo principal o protagonismo feminino no rock’N’roll, assim, as mulheres poderão ser mais ouvidas através de seus trabalhos.
O conjunto de entrevistas é conduzido pela própria historiadora. As conversas são sempre agradáveis e dá oportunidade às mulheres (“artistas mulheres, transexuais e de gênero não-binário”) de falarem como é envelhecer no meio musical, suas influências, histórias pessoais, paixões e lutas. Assim, seus trabalhos são divulgados, a fim de que o público possam conhecer um toque mais feminino do cenário do rock.
“No começo, entrevistei pessoas que gostava. Veruca Salt foi a primeira banda de frente feminina que eu estava realmente obcecada. Eles eram como meus Beatles quando eu era mais jovem. Eu tinha uma banda no ensino médio e dissequei suas músicas. Desde então, meu objetivo tem sido incluir mulheres que não são tão famosas ou que não foram tão reconhecidas quanto eu acho que deveriam ser: Cherie Currie, a vocalista do The Runaways. Gail Ann Dorsey, baixista de David Bowie há 20 anos e uma das principais musicistas de sessão. Também Lydia Lunch, uma das figuras mais importantes da cena No Wave de Nova York, e Alice Bag, da cena punk de Los Angeles na década de 1970.”
Tendo se concentrado primeiramente nas gerações mais velhas (Brie Howard Darling é um dos exemplos), Tanya está desenvolvendo o projeto com intuito de incluir a todas.
“Como Grace Slick, do Jefferson Airplane. Ela tem 76 anos, e os jornalistas de rock ainda perguntam como foi transar com Jim Morrison, do The Doors. Eu penso: “Você não tem mais nada para perguntar a esta mulher?!””
Women of Rock é um projeto importantíssimo para a validação e aceitação do trabalho feminino no rock e precisa conquistar cada vez mais o seu espaço. Assista ao “Women of Rock Oral History Project Teaser 2019”.
Então, o que você achou da iniciativa de Tanya Pearson?