É triste saber que ainda em dias de hoje, o estupro é um dos crimes com uma taxa maior do planeta.
Em 2018, o Brasil atingiu o recorde de registros de estupros. Foram 66.041 vítimas, segundo dados do 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
Em 2020, devido a pandemia obviamente, aumentou ainda mais os casos de crime de ódio.
Na Nigéria e na África do Sul, os estupros registraram forte alta, no Peru aumentaram os desaparecimentos de mulheres, enquanto no Brasil e México os feminicídios estão em alta.
De acordo com dados da ONU Mulheres divulgados no fim de setembro, o confinamento levou a aumentos das denúncias ou ligações para as autoridades por violência doméstica de 30% no Chipre, 33% em Singapura, 30% na França e 25% na Argentina.
Uma nova proteção para as mulheres
A invenção é antiga, de 2005, mas assim como esse crime vem aumentando cada vez mais, mais uma ideia para proteção feminina ressurgiu na esperança de que o criminoso não tenha meios simples de se livrar da punição, que começa no inicio do seu crime, indo para o hospital e automaticamente avisando as autoridades sobre o estupro.
“Camisinhas RapeX: mostre para esse bastardo qual é a sensação”
O estupro sempre teve uma taxa de ocorrência altíssima na África do Sul, inclusive sendo conhecido como “a capital mundial do estupro”. E acabou também inspirando a criação de uma camisinha anti-estupro para as vítimas não só do país mas também do mundo.
A Dra. Sonette Ehlers conta que uma noite estava de plantão quando atendeu em seu consultório uma moça que acabara de sofrer um estupro. Muito assustada, a moça disse à doutora: “Se eu tivesse dentes lá em baixo…”; Algum tempo depois, um homem com dores terríveis entrou no hospital onde Ehlers trabalhava porque seu pênis estava preso no zíper da calça.
Ehlers então começou a trabalhar ambos os fatos e acabou criando o produto chamado RapeX. Parece um tubo, com arame farpado dentro. A mulher o insere como um tampão com um aplicador e qualquer homem que tentar estuprar lá fica preso nas pontas e tem que ir ao pronto-socorro para que o RapeX seja removido.
Você pode entrar, mas faça o que fizer, não desista. Os dentes são angulados para permitir a penetração, mas mordem como um tubarão quando o pênis é removido; supostamente causando tanta dor que dará à mulher uma chance de escapar. Além disso, de acordo com a Sra. Ehlers, “o dispositivo precisará ser removido cirurgicamente em um hospital, o que levará à captura do estuprador”.
Quando os críticos reclamaram que se tratava de um castigo medieval, a médica respondeu com um sorriso: “É um dispositivo medieval, feito para um ato medieval”
“Nada jamais foi feito para ajudar uma mulher para que ela não fosse estuprada e achei que já era hora”, disse Sonette Ehlers, 57, sobre o “rapex”, um dispositivo usado como um absorvente interno que gerou polêmica em um país acostumado a relatos diários de crimes violentos.
Ehlers disse que o “rapex” se agarra à pele do estuprador, permitindo que a vítima escape e ajudando a identificar os perpetradores.
“Ele obviamente estará muito preocupado nesta fase. Eu prometo a você que ele vai ficar muito dolorido. Ele irá direto para hospital.”
O dispositivo, feito de látex e mantido firme por hastes de farpas afiadas, só pode ser removido do homem por meio de uma cirurgia que alertará a equipe do hospital e, em última instância, a polícia, disse ela.
Depois de alojado, apenas um médico pode removê-lo – um procedimento que Ehlers espera que seja feito com as autoridades de prontidão para fazer uma prisão: “Dói, ele não consegue fazer xixi e andar quando está ligado”, disse ela. “Se ele tentar removê-lo, ficará ainda mais apertado … no entanto, não rompe a pele e não há perigo de exposição ao fluido.”
Também reduz as chances de uma mulher engravidar ou contrair AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis do agressor, agindo da mesma forma que um preservativo feminino.
“A situação ideal seria uma mulher usar isso quando estiver saindo em algum tipo de encontro às cegas … ou em uma área com a qual ela não se sinta confortável”, disse ela.
Um projeto que ainda não saiu do protótipo
No entanto, embora o preservativo anti-estupro de estupro tenha sido promovido online e anunciado como prestes a entrar em produção há onze anos, não encontramos nenhuma indicação de que tenha sido comercializado ao público, nem qualquer anúncio confirmando se ou quando estará disponível para compra.
A CNN relatou em 2010 que Ehlers planejava distribuir 30.000 dos dispositivos na África do Sul durante as próximas partidas de futebol da Copa do Mundo e esperava disponibilizá-los para venda após um “período de teste”, mas não encontramos nenhum relatório sugerindo que o produto algum dia foi liberado para fornecedores.
Em janeiro de 2017, uma campanha no GoFundMe foi lançada para que eles de continuassem a desenvolver um produto de estupro e trazê-lo ao mercado. Em 2020, a campanha ainda estava caminhando para alcançar a meta de US$ 310.000.
Mas como tudo é possível e a matéria está ganhando cada vez mais atenção, vamos torcer (e contribuir!) para que esse projeto possa sair protótipo e ganhar uma escala de produção em massa para todos os países.
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