Aconteceu neste final de semana dois dos prêmios mais importantes na corrida pelo Oscar, o do Sindicato dos Produtores (PGA), no sábado, dia 18, e o do Sindicato dos Atores (SAG), no domingo, dia 19. No SAG deu a lógica com a lista mais repetida da temporada, a única surpresa foi a vitória de “Parasita” para Melhor Elenco. Já no PGA, “1917” confirmou o seu favoritismo para o Oscar de Melhor Filme ao vencer o prêmio mais importante da noite.

Apesar da opinião pública dar pouca visibilidade para os prêmios de sindicatos, são estes os mais relevantes. Premiações como Globo de Ouro e Critics Choice Awards sofrem com um lobby fortíssimo (como expliquei neste texto) e não apresentam os mesmo votantes que o Oscar. Além disso, a forma como a votação para Melhor Filme é feita é diferente nessas duas em relação à da academia.

Já nos sindicatos, os votantes também votam no Oscar e a premiação segue o mesmo padrão de premiação. Isso é ainda mais relevante no PGA, que adota o modelo de voto preferencial, o mesmo da Academia. Ou seja, o vencedor não é o mais votado necessariamente, já que os votantes devem listar todos os indicados em ordem de preferência. A partir daí, começa uma complexa contagem, em que os filmes que têm menos votos para primeiro lugar vão sendo eliminados e esses pontos são distribuídos para as colocações seguintes. Quer dizer, se um votante tem sua primeira escolha eliminada, o seu segundo lugar passa a valer como primeiro. Caso esse segundo também seja eliminado, o terceiro vira a o primeiro lugar, e por assim vai. Até um filme ter mais de 50% dos votos valendo como primeiro lugar.

Essa é uma fórmula muito polêmica porque permite que os filmes mais “gostáveis” desbanquem outros melhores. E também favorece aos possíveis boicotes por parte de algumas alas da Academia. O que provavelmente aconteceu no ano passado com “Roma”, prejudicado pela ala anti-Netflix, que é gigante.

Por que “1917” deve ganhar?

Como se confirmou no PGA, “1917” deve ser o filme com menor rejeição no ano e levar vantagem por conta disso. Todos os seus principais concorrentes não agradam a pelo menos uma ala da Academia. “O Irlandês” sofre com a já citada anti-Netflix, “Era Uma Vez em… Hollywood” com a mais conservadora que não gosta de filmes violentos, “Parasita” com a que não aceita filmes estrangeiros ganhando o prêmio principal e “Coringa” com a mais conservadora que além de ser “contra sangue” é contra filmes de HQs.

Enquanto isso, “1917” é um filme de guerra tradicional com uma parte técnica impressionante e que agrada demais a ala britânica (pouco representada no PGA), já que o filme é inglês.

Parasita

Nesta década, o PGA só não teve o mesmo vencedor do Oscar em dois anos: 2017, em que premiou “La La Land” e o Oscar foi para “Moonlight”, e 2016, vencido por “A Grande Aposta”, enquanto a Academia deu o prêmio para “Spotlight”.

Outro bom indicativo é o SAG de melhor elenco, que combinou com a Academia quatro vezes nesta década. Por esse motivo, “Parasita” deve ser o grande concorrente de 1917.

Categorias de atuação

Joaquim Phoenix como Melhor Ator, Renée Zellweger como Melhor Atriz, Brad Pitt como Melhor Ator Coadjuvante e Laura Dern como Melhor Atriz Coadjuvante. Esses quatro vêm se repetindo em praticamente todas as premiações e se confirmaram no SAG. Então, não devemos ter surpresa nas categorias de atuação no Oscar.

Assista ao trailer de 1917: