“Retratos Fantasmas”, novo filme de Kléber Mendonça Filho (Bacurau, Aquarius, O Som Ao Redor), foi selecionado nesta quarta-feira (12 de setembro) como o representante do Brasil para o próximo Oscar. Dessa forma, o longa documental não só briga por uma vaga na categoria de Filme Internacional, como está apto também para competir a Melhor Documentário.
Ambas as categorias terão uma pré-lista de 15 filmes divulgadas ainda este ano, em dezembro.
Uma boa escolha?
Mais do que ser um bom filme, o que “Retratos Fantasmas” definitivamente é, para disputar com boas chances essas categorias tão concorridas, sobretudo a de Melhor Filme Internacional, é extremamente importante que o filme tenha dois “pré-requisitos”: rodagem em grandes festivais e distribuição nos Estados Unidos.
Por mais que não tenha participado da competição, mas, sim, tido uma exibição especial, o documentário brasileiro passou pela primeira vez no Festival de Cannes 2023, o maior e mais importante do mundo. Além disso, terá exibições no de Toronto e de Nova York, ambos muito voltados para a corrida do Oscar. Então, no quesito “rodagem em festivais”, o documentário do Kléber vai muito bem.
Além disso, o longa tem também uma distribuidora nos Estados Unidos, o calcanhar de Aquiles do Brasil nos últimos anos. Não é uma das maiores, que colocam filmes na disputa com mais facilidade, mas já é alguma coisa. Ter uma campanha estruturada e o filme sendo visto é crucial para buscar uma vaga na pré-lista.
Entretanto, o que torna a vida do longa mais difícil na categoria de Filme Internacional é o fato dele ser um documentário. Apenas 4 foram indicados (Valsa com Bashir, Honeyland, Colective e Flee) na história. Então, sim, isso pode ser um empecilho. Ao mesmo tempo, o Oscar está mais aberto para documentários na categoria, o que fica claro quando vemos que 3 deles foram indicados nos últimos 4 anos (dos últimos 4 anos, apenas ano passado não teve um documentário indicado).
Dessa forma, a missão é conseguir construir uma narrativa de amor ao cinema, em um documentário que é bastante pessoal. No fim, o Brasil tem chances moderadas, apesar de ter um dos melhores filmes entre os selecionados.