A seguir, vamos falar sobre alguns dos maiores mitos sobre o consumo da maconha que você já deve ter ouvido falar pelo menos uma vez na vida. Aprenda a ver a erva santa com outros olhos!
1 – Porta de entrada para outras drogas
Como disse o biomédico Filev: “Uma parcela muito pequena de usuários de maconha migram para outras drogas”. Muitas pessoas se utilizam da erva como estágio final e não inicial do uso de entorpecentes, isso quer dizer que elas tentam se livrar de drogas mais pesadas e com mais influência química e dependência, como é o caso do crack, fazendo o uso da cannabis, que é uma planta da terra assim como tantas outras que possuímos em casa. Comparada ao cigarro, por exemplo, os efeitos são drasticamente menores! Não acredite quando lhe disserem: “É sempre assim, começa na maconha, depois passa pra cocaína, pro crack, etc.!”.
2 – Maconha mata neurônios
Nunca se pôde comprovar cientificamente que a maconha é capaz de matar neurônios. O que se sabe é que seu uso em excesso pode causar danos cerebrais sutis a longo prazo, mas não deixar a pessoa em estado de demência, de fato. No século 19, os ingleses acreditavam que o bhang, bebida preparada com folhas e flores de maconha, causava a tal demência. Essa mistura dá origem a um concentrado, que é utilizado no preparo de bebidas e comidas e é bastante comum na região da Índia.
O grande problema é que esse mito é tão resistente, que a história se repete e é processada como verdade irrefutável.
3 – Maconha tem o mesmo poder de vício que as outras drogas
Segundo o biomédico Renato Filev, pesquisador do Núcleo de Neurobiologia e Transtornos Psiquiátricos da USP, não existe um vício propriamente dito em cannabis assim como acontece com as outras drogas e não há relatos de tolerância, que é quando a droga deixa de fazer efeito ao fumante, levando ele a usá-la de forma descontrolada. O que existe é um hábito de fumá-la. Apenas! “Há diferentes níveis de dependência. O vício na maconha, entretanto, é social e individualmente menos danoso do que os de outras drogas e mais fácil de ser enfrentado, ainda que acarrete grande sofrimento, como qualquer transtorno mental grave”, diz o antropólogo Maurício Fiore.
Pode-se concluir que pelo fato de a maconha não ter nenhum tipo de manipulação química, ela não pode apresentar este tipo de dependência, mas, sim, produzir um efeito de “dependência” mental no usuário, muito por causa dos diferentes efeitos que os seus mais diferentes tipos podem causar.
- Veja também: Maneiras de consumir maconha
4 – A maconha não serve como remédio
Está mais do que comprovado que a maconha apresenta funções medicinais. As causas podem ser muitas: no alívio de incômodos do tratamento de transtornos mentais e de portadores do HIV, estimulando o apetite dos paciente; no controle de náuseas e dores e melhora o apetite e o humor de pacientes em uso de quimioterapia; no controle das dores e da rigidez muscular de pacientes com esclerose múltipla. “Estão sendo feitos os componentes da Cannabis em comprimidos e spray”, conta o biomédico Filev. Os canabinoides auxiliam na prevenção do glaucoma, por exemplo, já que ajudam no controle da pressão intraocular.
As duas principais substâncias da planta são o THC e o CBD. O CBD não é psicoativo, ou seja, não causa o famoso “barato”, diferentemente do THC. Ele contrapõe alguns dos efeitos do THC, interagindo diretamente com ele. Usados em conjunto, os efeitos negativos do THC são suavizados, enquanto seus efeitos medicinais permanecem os mesmos ou se multiplicam. O CBD está presente em quantidade abundante, perdendo somente para o THC na maioria das cepas da planta.
5 – Aumenta a criminalidade
Muito pelo contrário, a maconha exerce um poder relaxante no corpo e não apresenta nenhuma influência direta no cometimento de crimes. Ou seja, diferentemente da bebida, por exemplo, a maconha não possui a característica de despertar comportamentos agressivos em quem a usa. Muito se trouxe de preconceito ao longo dos anos e, por isso, se associa a imagem de alguém que faz o uso da erva com bandidagem, vagabundagem, etc. Vários são os estudos que comprovam isso, CLIQUE AQUI para ver um deles.
“A maconha, na sua forma natural, é provavelmente a substância ativa mais segura conhecida pela humanidade, do ponto de vista terapêutico”. – Lester Grinspoon, professor de psiquiatria de Harvard.