Os anúncios publicitários não são feitos por acaso.

Cada detalhe de uma propaganda é pensada para despertar no seu cérebro o desejo por aquele produto ou serviço. Apesar da eficácia das chamadas “mensagens subliminares” ser bastante questionada, existem inúmeros truques nada subliminares escondidos em campanhas – que conseguem, em poucos segundos, chamar sua atenção.

Vamos conhecer abaixo algumas ferramentas e artimanhas psicológicas usadas pelos publicitários:

Como você já sabe a indústria da propaganda faz de tudo para chamar a atenção das pessoas. Ela não mede esforços nem recursos para garantir que seus produtos pareçam os melhores dentre as vastas opções que existem no mercado.

É tudo calculado cada pedacinho daquele anúncio foi pensado para que seu cérebro deseje comprar. É o que mostra o livro “Neuropropaganda de A a Z”, uma espécie de guia para ajudar publicitários a serem mais certeiros.

O hormônio do prazer. Todas as decisões que tomamos são motivadas pela expectativa de recompensas. Nosso cérebro calcula possibilidades e quer evitar perder a qualquer custo. A explicação disso está no ciclo da dopamina, o hormônio do prazer. Quando você vai ao shopping, seu cérebro toma decisões buscando despejar o máximo de dopamina possível. Termos-chave como “desconto” ou “frete grátis” ajudam aumentar aquela sensação de sair ganhando. Por isso são tão frequentes em propagandas.

O blog Treta montou uma super lista com algumas dicas preciosas de como reconhecer esses artifícios que grandes empresas usam para convencer o telespectador a comprar o produto que eles desejam.

Produto com expectativa de recompensa

Quando você compra determinado produto que está em oferta, que vem com um brinde adicional ou frete grátis, por exemplo, o seu cérebro entende que saiu ganhando nesta ação. Isso faz com que aumente a sensação de prazer e induz à compra.

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Um bom exemplo são as famosas promoções “pague 1 e leve o segundo pela metade do preço” que encontramos no supermercado a toda hora, ou ainda os brinquedos que vêm como brinde nos lanches de alguns fast-foods conhecidos.

Psicologia das cores

Estudos comprovam que as cores estão ligadas às sensações. A escolha delas nas campanhas publicitárias são fundamentais para o sucesso de um produto.

Marcas são relacionadas a cores por 80% dos consumidores, segundo o livro. Como esquecer o laranja do Itaú ou o vermelho da Coca-Cola? De acordo com os autores, o interesse dos consumidores é bastante influenciado pelas cores das embalagens dos produtos — elas ajudam a transmitir a mensagem desejada e chamar atenção. Curiosidade: entre as cores usadas em logotipos monocromáticos pelas 100 marcas mais valiosas do mundo, predomina o azul (presente em 17%) e o vermelho (9%).

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Fotos perfeitas

Para que as fotos de anúncios saiam perfeitas, os publicitários usam dos mais diversos artifícios. Para realçar as cores de bebidas, por exemplo, usam gelatina ou corantes artificiais e os cubos de gelo são de acrílico. Aquela “fumacinha” que sai dos pratos dando a sensação que estão bem quentes, na verdade é incenso, um dos recursos mais usados nas fotos.

Um bom exemplo são as cores usadas pelas principais cadeias de fast-food como McDonald’s, Pizza Hut, Domino’s, Bob’s ou mesmo aplicativos de pedido de comida como PedidosJá, que abusam dos tons de amarelo, vermelho e laranja, considerados cores estimulantes que despertam a vontade de comer. Outro exemplo para alimentos é a cor verde, amplamente associada a produtos saudáveis e naturais.

Humor é fundamental

Muito antes de sermos capazes de entender uma piada, ainda recém-nascidos, já temos habilidades cognitivas para interagir rindo e fazendo os outros rir. O senso de humor é de extrema importância para o cérebro. Não à toa tantas propagandas utilizam esse recurso. “O humor pode apaziguar qualquer mensagem, acalmando a amígdala, o centro das emoções do cérebro, com grandes descargas de endorfinas e dopaminas, hormônios do prazer”, diz o livro.

Exclusividade

Grandes marcas usam de um artifício que faz com que os consumidores dos seus produtos façam parte de um grupo exclusivo e diferenciado, aumentando a auto-estima do consumidor.

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Um bom exemplo são os clubes de produtos ou serviços que atribuem status aos seus participantes. Muitas marcam lançam mão dessa ferramenta, como os clubes de assinatura de café gourmet, de produtos de beleza, de bebidas e uma série de outros produtos.

Rostos nas propagandas

O nosso cérebro está preparado para identificar os sinais da face e do corpo. Sabendo disso, os publicitários escolhem os modelos certos para protagonizar suas campanhas, transmitindo exatamente a mensagem que querem despertar no consumidor.

O modelo de funcionamento do nosso cérebro tem cerca de 100 mil anos. E ele continua sendo um ótimo “leitor de rostos”, característica fundamental para a sobrevivência da espécie humana. É no rosto que buscamos sinais para entender os sentimentos dos outros. A publicidade sabe bem disso. “A face humana é o primeiro alvo da atenção em qualquer mensagem visual”, dizem os autores no livro. Segundo eles, comunicar sentimentos por meio de faces (sejam elas conhecidas ou não) é o caminho mais rápido e eficaz em uma propaganda.

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Exemplos que não faltam nos produtos que usamos no dia a dia como shampoos, maquiagem, artigos de higiene pessoal, fitness, etc.

Produtos seguros

Nos dias atuais e com tanta oferta de produtos das mais variadas marcas, um dos pontos que é levado em conta é segurança daquele produto ou serviço que se está adquirindo. Isso vale para tudo que está à venda no mercado.

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Exemplos de grandes empresas como as automobilísticas enfatizam a segurança dos seus automóveis, despertando no cérebro do consumidor a sensação de sobrevivência. Serviços de seguradoras e demais similares usam da mesma estratégia.

Artifícios emocionais

Os seres humanos são extremamente emocionais e claro que essa característica não poderia ficar de fora das campanhas publicitárias. Música, poesia, humor e palavras certas, que tenham uma conotação ligada ao sentimento que a propaganda quer despertar, podem fazer uma marca cair “nas graças” dos consumidores.

Um bom exemplo para os dias atuais é o apelo “sustentabilidade” associado a muitos produtos, que acabam sendo preferência.

Memória é fraca

Hoje somos bombardeados por informação por todas as partes. E aqui vai a má notícia: nosso cérebro não consegue lidar com tanto conteúdo assim. Consequência? Esquecemos muito. Por esse motivo, publicitários usam “artefatos emocionais” capazes de cravar a mensagem por mais tempo em nossas mentes: surpresas e novidades (tendemos a guardar melhor a primeira impressão de fatos, pessoas e lugares); rima e música (quem nunca passou um dia inteiro com um jingle na cabeça?); além de palavras com conotação emocional marcante (“dinheiro”, “amor”, “fácil” e “garantia”).

Nós imitamos o próximo

Graças aos chamados “neurônios-espelho”, temos a capacidade de captar as ações e intenções de outros para, em seguida, mimetizarmos os comportamentos. Essa é uma das chaves do sucesso da nossa espécie, diga-se. Acontece até sem que a gente perceba: quando abrirmos um sorriso diante de pessoas sorrindo ou bocejamos depois do bocejo alheio. A publicidade sempre explora esse “recurso da exemplaridade”. Essa é a razão por trás da cena do gole saboroso de cerveja, do sabonete deslizando na pele da modelo e do carro sendo pilotado. “Nada é tão eficiente quanto a imagem bem filmada do consumo de um produto”, defendem os autores.

Ocupando toda a mente

Segundo os autores, estar presente em todos os lugares (e constantemente na nossa cabeça) é chave da relação entre marcas e consumidores. Mas eles reconhecem que não é tarefa fácil. “Nem todos os produtos permitem estimular tantos sentidos no cérebro. Mas mesmo que nem todos eles sejam usados, a marca precisa ocupar muito espaço na mente do consumidor”, diz o livro. Existem exemplos famosos dessa façanha. A Apple é o maior deles — ocupa a mente dos consumidores de forma completa. Basta ver um prefixo “i” e você não precisa de mais nada para saber que se trata de um produto da empresa.

Visual e Auditivo

Temos a nossa dupla vencedora: Visual e auditivo. Estímulos visuais e auditivos podem causar toda a sorte de emoções. Quando os dois são bem trabalhados em anúncios, não é necessário sequer citar o nome da marca. Os autores lembram de um grande sucesso da propaganda, o comercial “Pipoca e guaraná”, de 1991. Além do jingle, o comercial tinha cenas do milho na panela e das pipocas estourando. “As cenas se revezavam com o rótulo do Guaraná Antarctica. As imagens estimulavam o desejo de beber o refrigerante, enquanto a música marcava a mensagem na memória.”

Portanto, assista outros exemplos na prática de tudo o que falamos:

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