“Projeto Gemini” conta a história de Henry Brogan, um assassino de elite que se torna o alvo de um agente misterioso. Ele logo descobre que o homem que está tentando matá-lo é uma versão mais jovem, rápida e clonada de si mesmo.
Um Problema da indústria
“Projeto Gemini” é um reflexo do cinema hollywoodiano atual. Basta gastar muito dinheiro, testar tecnologias novas, criar cenas com um alto grau de entretenimento e acrescentar piadas. Enquanto isso, a escrita de roteiro é deixada para segundo plano e a originalidade é simplesmente ignorada por completo.
E o mais triste de tudo isso é que o filme tem seu valor, está longe de ser terrível, só que é mais um que esquece do poder de uma boa história. Algo que se repete constantemente em uma indústria que produz filmes como produtos mercadológicos.
E não me leve a mal, não estou dizendo que entretenimento não é importante e nem que todos os longas de ação devem ter um roteiro complexo. Na verdade, é justamente o oposto. Falta a “Projeto Gemini” e a muitos outros filmes de ação atualmente mergulhar inteiramente no gênero. Se você não tem uma história inovadora e nem um grande roteiro, simplifique, aposte na ação, sem rodeios.
Mas, nesse aspecto, o filme é mais um a querer parecer mais complexo do que realmente é. Diálogos vazios, longas explicações de personagens de coisas que já estavam óbvias e uma construção dramática que se estende, mas nunca realmente consegue ter o peso necessário. A única coisa que salva o roteiro são as atuações de um bom e compromissado elenco. Este consegue tornar mais crível, o que poderia ser vergonhoso se feito por outros atores.
Pelo menos a ação funciona
Porém, se o roteiro é um problema, o ótimo Ang Lee (As Aventura de Pi, O Segredo Brokeback Mountain) aparece na hora de compor ótimas cenas de ação. O diretor consegue manter o plano pelo maior tempo possível sem precisar cortar, recurso cada vez menos utilizado no gênero, principalmente por diretores menos qualificados.
E além de visualmente empolgante, Lee também consegue trazer energia para essas sequências, muitas vezes saindo de um plano para o outro sem cortar. Há sim um pouco de cgi em alguns momentos, mas nada que incomode. Destaque também para as coreografias dos dublês.
É uma pena que essas sequências fiquem tão espaçadas pelo longa, ao passo que o roteiro leva muito tempo para pouco se desenvolver.
CGI e tecnologia nova
Entretanto, o que vende “Projeto Gemini” é a tecnologia inovadora de 120 quadros por segundo (que chegará ao Brasil em 60 quadros por segundo ou 3D+). Essa novidade embeleza ainda mais as composições e torna tudo mais real para o olho humano. E Lee soube usar isso ao seu favor, sobretudo na ação. Vale lembrar que o cinema tradicional utiliza 24 quadros por segundo, então pode ser que os espectadores demorem um pouco para se acostumar.
Além disso, o CGI, principalmente na criação de um Will Smith bem mais novo (feito em captura de movimento) é impressionante. O bom recurso digital, nesse caso, é aquele que fica imperceptível e aparenta ser algo real, e nisso ele se sai muito bem.
Nota: 6.0
Crítica em vídeo:
Assista abaixo à crítica em vídeo que eu fiz sobre o longa em meu canal, o 16mm.
Assista ao trailer:
Ficha Técnica:
Título original: Gemini Man (Projeto Gemini)
Data de lançamento: 10 de outubro de 2019 (1h 57min)
Direção: Ang Lee
Elenco: Will Smith, Mary Elizabeth Winstead, Benedict Wong mais
Gêneros: Ação, ficção científica
Nacionalidade: EUA