Assista ao trailer do episódio 6 de “Westworld”:
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Tudo na mesma
“Westworld” fez a escolha de ser mais direta, linear, expositiva e com a ação como um dos gêneros centrais. Tudo isso com o claro objetivo de atingir mais público. Sem “Game of Thrones”, a HBO busca encontrar a nova galinha dos ovos de ouro e aposta suas fichas na série de Jonathan Nolan e Lisa Joy. Porém, se a temática mais restritiva e as explorações filosóficas excluiu parte do público no primeiro ano, essa tentativa de reboot não só não atrai esses espectadores como começa a afastar parte das pessoas que gosta da série.
E o que temos no episódio 6 é praticamente a mesma coisa que vem acontecendo há pelo menos três capítulos. O universo já foi estabelecido, as temáticas centras estão na mesa desde o início e o foco claro é Dolores x Serac. O Rehoboam e a ideia de livre arbítrio foram compreendidas.
Mas, a partir daí, dá impressão de que a série não sabe para qual caminho seguir. E foca cada vez mais em situações que pouco avançam a narrativa, nada agregam ao arco dos personagens e tematicamente segue com conceitos sendo repetidos a exaustão.
Se no início da temporada eu elogiei a escolha de parar de focar apenas em joguinhos temporais para parecer inteligente, agora eu começo a sentir falta de elementos capazes de surpreender o público. Faltam personagens, viradas e situações realmente instigantes. O que vemos é uma série de episódios que faz o tempo passar com uma punhetação estilística (como os gêneros do cinema no episódio passado), mas que pouco agrega. Dá impressão de que tudo está sendo guardado para um final surpreendente. O problema é que de nada adianta uma resolução bombástica se o desenvolvimento até ela foi praticamente inexistente.
Falta de continuidade e roteiro
Outro problema gravíssimo é a falta de continuidade. “Westworld” tenta fazer a todo instante com que torçamos para os personagens, entretanto os atos relacionados a eles nunca têm consequência. Sempre há uma desculpa para alguém que já havia se despedido voltar a cena. Com isso, constantemente a série quebra as regras estabelecidas pelo próprio universo, mas não o faz de forma consciente.
Além disso, a sede pelo objetivo faz com que o caminho seja cada vez mais facilitado. É a Maeve que estava escondida no mesmo prédio da Delos, um robô que surge do nada para salvar o dia, a Charlotte que explode dentro do carro e sai viva e por aí vai. As coisas não acontecem logicamente dentro do universo. E isso se acentua em se tratando dos host, que iam para a manutenção a todo instante na primeira temporada e agora são indestrutíveis.
Tudo isso porque a série pensa mais no final do que em como chegar a esse destino. E repito, não há resolução satisfatória em jornada capenga.
Crítica em vídeo:
Assista abaixo à crítica em vídeo que eu fiz sobre o episódio em meu canal, o 16mm.
Ficha Técnica:
Título original: Westworld
Data de lançamento: 15 de março de 2020
Criação: Lisa Joy e Jonathan Nolan
Elenco: Evan Rachel Wood, Aaron Paul, Thandie Newton mais
Gêneros: Ficção científica, futuro distópico
Nacionalidade: EUA