“Escape Room 2: Tensão Máxima” acompanha os sobreviventes do primeiro filme que terão de vencer uma nova competição apenas com campeões.
O filme está disponível nos cinemas.
Foco na ação
“Escape Room 2: Tensão Máxima” rejeita o drama mal resolvido do primeiro filme para mergulhar o espectador diretamente na ação e nos quebra-cabeças.
“Escape Room 2” nasce de uma das práticas mais comuns de Hollywood: a criação de franquias a partir de boas bilheterias. O primeiro longa foi um grande sucesso financeiro em 2019 e deixou propositalmente o final em aberto, a fim de gerar novas obras no mesmo universo. Retornamos então com os mesmos atores (Taylor Russell e Logan Miller) como personagens centrais, assim como a direção de Adam Robitel. Porém, dessa vez eles sabem desde o início que estão dentro do jogo e terão de lutar por suas vidas.
Essa simples mudança já transporta o espectador para dentro da ação sem gastar tempo com a apresentação simplória dos envolvidos, como acontece no anterior. Mais do que isso, a revelação que aquilo se trata de um torneio com os campeões (ideia muito semelhante a “Jogos Vorazes: Em Chamas”), apesar de genérica, é suficiente para o público comprar a presença daqueles personagens e suas sacadas mirabolantes.
O (pseudo) realismo e o desenvolvimento raso de personagens, grandes problemas do primeiro longa, são praticamente descartados. Os personagens se tornam quase como personagens de video game, assim como o desenvolvimento da narrativa. Cada sala se transforma em uma fase, com algumas pequenas cut scenes para conhecermos bem pouquinho da cada um. E, pelo incrível que pareça, o menor tempo gasto com cada um e, consequentemente, a não-pieguice que transbordava no predecessor, transformam as mortes em momentos muito mais marcantes. Isso porque nos importamos com a situação proposta e torcemos para os personagens como objetos de resolução.
É bem verdade que “Escape Room 2” é ainda mais derivado do que o anterior (que já se inspirava em obras como “Cubo”, “Jogos Mortais” e “Jogos Vorazes”), por ser a derivação da derivação. Entretanto, após a ridícula recapitulação na sequência inicial, o longa se mostra muito melhor resolvido tanto na situação proposta quanto na resolução final. E ainda que Robitel use os mesmo recursos estilísticos, como decupagem em muitos planos rápidos para criar tensão ou os planos tortos para simbolizar os sentimentos dos personagens, ao se reduzir às ações em um filme de menos de 1h30, ele cria uma progressão muito mais envolvente do que o filme de 2021. Longe de ser uma obra marcante do gênero, “Escape Room 2” é pelo menos uma surpresa agradável e divertida.
Nota:
Assista a minha crítica em vídeo:
Assista ao trailer:
Ficha Técnica:
Título original: Escape Room: Tournament of Champions
Data de lançamento: 16 de setembro de 2021
Direção: Adam Robitel
Elenco: Taylor Russell, Logan Miller
Gêneros: Suspense, Terror
Nacionalidade: EUA