“Venom 2: Tempo de Carnificina” segue os eventos do primeiro filme, e agora Eddie Brock e Venom terão uma ameaça do seu passado, o serial killer Cletus Kasady, ou devemos dizer: Carnificina.

O filme está disponível nos cinemas.

Um filme feito para a cena pós-créditos

Desde a popularização das cenas pós-créditos, sobretudo com os filmes do Universo Marvel, é bem comum os estúdios usá-las como um atrativo para o público criar teorias ou especular sobre os filmes seguintes. Mas, por mais que muitos filmes fracos tenham se beneficiado com essas cenas extras ao gerar uma sensação final mais prazerosa para o seu público, nenhum havia sido tão dependente dela para existir. E, sim, digo “existir” e não apenas “funcionar”, pois “Venom 2: Tempo de Carnificina” só foi feito por causa do pós-créditos.

A partir dela, fãs sairão do cinema em êxtase ou extremamente frustrados, não importa, o objetivo de chamar atenção do público para o pós-filme vai ser atingida de qualquer maneira. E isso vai fazer grande parte das pessoas ignorar os pouco menos de 90 minutos deploráveis que precederam a cena pós-créditos.

Só o fato de ser um filme de super-herói de grande orçamento com menos de uma hora e meia já revela muito sobre o projeto que é o segundo filme do Venom. Uma história genérica e direta só para atrair o público ao cinema para o que realmente importa. O duelo entre o agora anti-herói e o vilão, Carnificina, viram apenas uma desculpa meio sem importância. Admira-me o respeitado na indústria (como ator e grande nome da captação de movimento, não como diretor) Andy Serkis topar dirigir esse filme, que claramente é uma grande peça de marketing da Sony/Marvel.

Critica Venom 2

É bem verdade que o diretor mostra um pouco mais de habilidade ao lidar com os efeitos visuais em grande escala, nas batalhas entre simbiontes, assim como ao criar algumas piadas na grande discussão de relacionamento entre Venom e Eddie (o filme é basicamente isso). Mas não há nada realmente muito interessante além disso.

Pelo contrário, sabendo de sua própria insignificância, o filme abraça a vergonha alheia como escudo para possíveis críticas. Como se o fato de não se levar a sério fosse o suficiente para justificar um humor boboca e atuações para lá de caricatas. Pelo menos, é legal ver o ótimo Woody Harrelson se divertindo com o próprio exagero, algo que Tom Hardy não é capaz de fazer, já que o roteiro exige dele um lado mais sério que apenas destoa do resto da proposta.

Entretanto, nada incomoda mais do que o medo do filme de ser minimamente gráfico. A violência existe naquele universo, sobretudo na figura de Cletus, mas essa é sempre escondida pela câmera. Há, por exemplo, uma cena em que o serial killer pisa consecutivamente na cabeça de um personagem já morto, só que tudo isso ocorre fora de campo, ficando apenas como uma sugestão para o espectador preencher em sua mente. Mais uma vez, o filme fica refém do fator comercial e dos planos do estúdio para o personagem, já que classificação indicativa de 13 anos e o Universo da Marvel não aceitariam nem uma pequena dose de violência.

Falar mais do que isso seria perda de tempo, Por que me aprofundar mais em um filme que assume a sua própria insignificância como um longa de introdução para uma cena pós-créditos?

Nota: 148839

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Ficha Técnica:

Título original: Venom 2: Tempo de Carnificina
Data de lançamento: 7 de outubro de 2021
Direção: Andy Serkis
Elenco: Tom Hardy, Woody Harrelson, Michelle Williams, Naomi Harris
Gêneros: Super-herói
Nacionalidade: EUA