Dois irmãos recebem um presente mágico de seu falecido pai e começam uma jornada para tentar trazê-lo de volta por um último dia.
História Original
“Carros 2”, “Carros 3”, “Os Incríveis 2”, “Procurando Dory”, “Toy Story 4”, “Universidade Monstro”. Com exceção de “Toy Story 2” e “Toy Story 3”, todas as demais sequências da Pixar são inferiores aos seus predecessores. Por isso, a escolha da produtora de contar apenas histórias originais a partir de agora é muito bem-vinda. E, nesse contexto, “Dois Irmãos” chega para resgatar a criação de novos e ricos universos.
O segundo filme de Dan Scanlon (mesmo diretor de “Universidade Monstro”) não vai tentar reinventar o gênero e nem se desapegar do que a Pixar já fez até hoje. Porém, ele usa os arquétipos clássicos e a fórmula Pixar como um ponto de partida familiar que atrai o expectador para jornada, ao mesmo tempo que aproveita lições recorrentes como “acreditar na magia” em uma primeira camada, enquanto traz temas mais complexos em uma segunda camada.
A começar pelo rico universo composto aqui. Ainda que visualmente a animação não apresente grande evolução (acho até inferior a longas anteriores como “Toy Story 4” e “Viva: A Vida é Uma Festa” nesse sentido), os conceitos presentes são bastante significativos. A construção começa com a ideia de um mundo semelhante ao nosso, mas habitado por criaturas mágicas.
Conhecemos primeiro o passado desse mundo, quando a magia dominava e todos os seres viviam em harmonia. Entretanto, com a evolução da tecnologia, as coisas começam a ficar mais desiguais. Por exemplo, os unicórnios passam a ser pragas urbanas (quase como ratazanas) e miseráveis.
Jornada dos dois irmãos
Partindo mais uma vez do já conhecido, a obra apresenta o protagonista padrão, não só da Pixar, mas de outras animações também. O jovem, magricelo, narigudo, tímido e que precisa passar pelas provações semelhantes à jornada do herói para se desenvolver.
Todavia, graças ao contraste entre ele e o irmão (tanto físico quanto em relação à inteligência, maturidade e até mesmo no contato que cada um teve com o pai), conseguimos rapidamente nos aproximarmos dos dois. Principalmente quem tem irmão vai se identificar muito com a relação entre eles.
Então, como em um videogame, eles são obrigados a superar fases ao melhor estilo RPG, enquanto aprendem cada vez mais sobre o outro e sobre si mesmo. A ideia de família começa a se fortalecer, ao passo que a obra acha espaço para falar sobre a importância de preservar o passado (algo que a sociedade atual cada vez mais ignora, sobretudo ao tentar reescrever a história).
Dessa forma, como qualquer boa animação da Pixar, “Dois Irmãos” diverte e traz lições poderosas para as crianças, ao mesmo tempo que também funciona para os adultos como diversão e aprendizado. E, se você tem um irmão, prepare-se para chorar. Mas caso não tenha pode ser que o resultado seja o mesmo.
Nota: 8.0
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Assista ao trailer:
Ficha Técnica:
Título original: Onward (Dois Irmãos – Uma Jornada Fantástica)
Data de lançamento: 05 de março de 2020 (1h 40min)
Direção: Dan Scanlon
Elenco: Chris Pratt, Tom Holland, Octavia Spencer mais
Gêneros: Animação, Comédia
Nacionalidade: EUA