Apesar do Oscar e do Globo de Ouro serem as premiações mais conhecidas pelo público geral, é em Cannes que temos a celebração mais importante do cinema mundial. E, após um ano “parado” por causa da pandemia, hoje, dia 6 de julho, temos o retorno ao Festival de Cannes presencialmente para sua 74ª edição. É bom lembrar que no ano passado o festival não aconteceu, mas os filmes foram escolhidos para as diversas seleções (ainda que não tenham sido exibidos), então não é como se fosse um ano perdido ou inexistente para o festival.
Além disso, a pandemia também afetou o Festival de Cannes 2021, não só impedindo a finalização de alguns filmes que estão em produção como também atrasando o seu início, já que ele ocorre historicamente no mês de maio, mas foi adiado para julho em prol de uma maior quantidade de vacinação ao redor da Europa e do mundo, além da diminuição de casos na França.
Com isso, a lista da seleção oficial de 2021 (vale lembrar que são várias seleções no festival, sendo a principal os filmes da competição oficial), parece a mais confortável do festival dos últimos anos. Tanto pela grande quantidade de diretores franceses (a maioria já havia participado anteriormente, como Jacques Audiard e François Ozon), como no número de figurinhas carimbadas em Cannes (Apichatpong Weerasethakul, Asghar Farhadi, Justin Kurzel, Paul Verhoeven, entre outros). Claro que isso não quer dizer que a lista seja ruim, longe disso, apenas que talvez não tenha a diversidade de países e estilos que estamos acostumados a ver. O Brasil, um país queridinho do festival, ficou de fora da competição em 2021, junto com todos os outros países da América Latina.
Então, pensando nisso, fiz um vídeo para o meu canal, o 16mm, falando sobre a minha expectativa para o festival deste ano, assim como destacando aquelas obras que mais me chamam atenção, baseado em seus diretores. O objetivo é justamente tentar ampliar o conhecimento do público sobre “novos cinemas”, já que, no Brasil, ficamos muito restritos a Hollywood e deixamos de conhecer obras excepcionais. No vídeo abaixo, eu destaco 13 dos 24 filmes da seleção oficial:
Lista completa da competição do Festival de Cannes 2021:
- “Annette”, de Leos Carax (França)
- “The Story of My Wife”, de Ildikó Enyedi (Hungria)
- “Benedetta”, de Paul Verhoeven (Holanda)
- “Bergman Island”, de Mia Hansen-Love (França)
- “Drive My Car”, de Ryusuke Hamaguchi (Japão)
- “Flag Day”, de Sean Penn (EUA)
- “Ahed’s Knee”, de Nadav Lapid (Israel)
- “Casablanca Beats”, de Nabil Ayouch (Marrocos)
- “Compartment No. 6”, de Juho Kuosmanen (Finlândia)
- “The Worst Person in the World”, de Joachim Trier (Noruega)
- “The Divide”, de Catherine Corsini (França)
- “The Rentless”, de Joachim Lafosse (Bélgica)
- “Paris 13th District”, de Jacques Audiard (França)
- “Lingui, The Sacred Bonds”, de Mahamat-Saleh Haroun (Chade)
- “Memoria”, de Apichatpong Weerasethakul (Tailândia)
- “Nitram”, de Justin Kurzel (Austrália)
- “France”, de Bruno Dumont (França)
- “Petrov’s Flu”, de Kirill Serebrennikov (Rússia)
- “Red Rocket”, Sean Baker (EUA)
- “The French Dispatch”, de Wes Anderson (EUA)
- “Titane”, de Julia Ducournau (França)
- “Three Floors”, de Nanni Moretti (Itália)
- “Everything Went Fine”, de François Ozon (França)
- “A Hero”, Asghar Farhadi (Irã)