A fotografia tem muito aquele poder de nos levar acreditar em algo que não necessariamente é o que parece. A ilusão de ótica é algo que sempre nos subestima e nos exige um olhar atento a depender da situação. E quando um fotógrafo consegue capturar algo que dá a entender que é desenho ou uma pintura, mas, na verdade, corresponde a um fenômeno da natureza incrível que surpreende a qualquer um. Søren Solkær é um destes fotógrafos: ele registrou a migração de pássaros e, com isso, criou uma obra de arte fotográfica incrível.
A migração dos estorninhos nos cenários dinamarqueses é de uma abstração incrível. Este tipo de pássaro, que voa em imensos bandos formados por milhares ou mesmo milhões de animais, sempre esteve presente na vida do fotógrafo, ajudando a registrar as imagens que compõem o livro intitulado Black Sun (Sol Negro). Para o dinamarquês nascido na cidade de Sønderborg, a imagem possui um significado especial.
“Esse é o momento que procurei capturar – um fragmento de eternidade. De vez em quando eles inserem um certo drama na cena atacando pássaros ou presas, e a revoada desdobra um verdadeiro e variável balé da vida de tirar o fôlego. Às vezes o coletivo parece possuir um poder coeso como um super fluido, mudando de forma em um fluxo sem fim. Do geométrico ao orgânico, do sólido ao fluido, da matéria ao etério, da realidade ao sonho – uma transformação na qual o tempo real deixa de existir, e o tempo mítico prevalece”.
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