“Expresso do Amanhã” conta a história de uma sociedade pós-apocalíptica obrigada a viver em um trem que não pode parar nunca, já que tudo fora dele o mundo está em uma temperatura tão baixa que nenhum ser humano consegue sobreviver.
Bong Joon-Ho em alta
Após vencer 4 Oscars, incluindo os de Melhor Diretor e Melhor Filme, o sul-coreano Bong Joon-Ho recebeu e aceitou uma proposta para adaptar sua obra-prima “Parasita” para uma série da HBO. Mas o que muita gente não sabia é que outro filme do diretor já estava sendo adaptado para o formato da televisão, tratava-se de “Expresso do Amanhã”, de 2013.
E, como em todo remake, já surge aquela dúvida: essa obra é mesmo necessária? A princípio, torci o nariz, como geralmente faço por estar cansado dessa enxurrada de remakes medíocres (para muitos deles esse adjetivo é até um elogio) que se amontoam em Hollywood ano após ano, sempre com o objetivo de atrair público graças ao sucesso do original.
Porém, ao descobrir que a produção mantinha Bong Joon-Ho como produtor executivo e roteirista, além de ser produzida pela TNT e distribuída pela Netflix, resolvi dar uma chance para a série. Apesar de ainda ser cedo para fazer qualquer tipo de julgamento, já que foram apenas dois episódios, fiquei surpreso como a série decide se descolar do filme já no primeiro capítulo, o que julgo muito positivo.
Desde sempre falo que um remake tem que encontrar seus espaço e buscar a originalidade. E, nesse sentido, “Expresso do Amanhã” se sai bem, pelo menos inicialmente. Ainda que a premissa e as discussões sociais sejam as mesmas do filme. O mesmo vale para como são filmados os vagões com a montagem ressaltando a diferença entre as classes.
Diferenças
Apesar da crítica social da divisão de classes que traz similaridade com o nosso mundo atual estar presente nas duas obras, a série constrói um tom muito menos exagerado e bizarro dessas classes dominantes do que o filme. E não que o longa erre nesse sentido, pelo contrário, tudo isso funciona muito bem naquele universo. Entretanto, gosto que a série não tenta repetir essa escolha, ainda que haja um exagero comedido aqui.
Todavia o que mais chama atenção é mesmo a trama central e seus dois protagonistas. A série cria um caso de assassinato e traz um detetive (Daveed Diggs) do “fundo” para resolvê-lo. Além disso, a personagem de Jennifer Connolly parece mudar completamente as motivações por trás do Wilford, o que adiciona camadas à personagem, pelo menos é o que série sugere nesses dois episódios.
Dessa forma, a rebelião do fundo perde um pouco de urgência e se transforma em uma subtrama. Basta saber agora se a investigação do assassinato vai ser interessante o suficiente para prender a atenção do público.
Então, ainda é cedo para julgar se a série justifica sua existência ou não, mas pelo menos de início ela faz o suficiente para despertar interesse.
Crítica em vídeo:
Assista abaixo à crítica em vídeo que eu fiz sobre o longa em meu canal, o 16mm.
Assista ao trailer:
Ficha Técnica:
Título original: Snowpiercer (Expresso do Amanhã)
Data de lançamento: 25 de maio de 2020
Elenco:Jennifer Connoly, Daveed Diggs mais
Gêneros: Ficção Científica, Ação
Nacionalidade: EUA
