“Amor e Monstros” acompanha um mundo apocalíptico dominado por criaturas gigantes e que dizimou 95% da população humana. Com isso, o jovem Joel terá que atravessar os EUA para encontrar a sua namorada.
O filme está na Netflix e foi indicado ao Oscar 2021 na categoria de Melhores Efeitos Visuais.
Um video game no apocalipse
“Amor e Monstros” não é um longa que vai revolucionar os filmes de futuro pós-apocalíptico. Desde a sua sequência de abertura, utilizando recortes de noticiários para explicar como aquele mundo ficou daquele jeito, seguido pela dinâmica no bunker que apresenta o personagem como alguém de bom coração e incapaz de sobreviver naquele mundo e ainda contando com elementos como o cachorro companheiro, o guia de sobrevivência do apocalipse, pessoas querendo levar vantagem da situação caótica e a dinâmica de Clyde e da jovem Minnow, rapidamente identificamos escolhas presentes em muitos filmes de temática semelhança, sendo as referências mais claras a “Zumbilândia” e “Eu Sou a Lenda”.
Entretanto, a direção de Michael Matthews é muito hábil para conduzir essa aventura, sabendo explorar bem esse mundo perigoso por meio de uma narrativa de video game. O protagonista, vivido pelo sempre carismático Dylan O’Brien, tem de enfrentar uma série de obstáculos (fases) e aprender no caminho com ajuda de parceiros pontuais (ajudantes) para poder salvar sozinho a sua namorada (do chefão da fase final). Se por um lado a escolha de “gamezar” a sucessão de eventos torna o filme um pouco repetitivo, por outro, dá um ritmo alucinante, o que condiz muito com a construção de um mundo perigoso repleto de criaturas perigosas que podem matar suas presas em questão de segundos.
Então, nos sentimos próximos desse personagem ao saber que ele pode ser atacado mortalmente a qualquer instante, o que é reforçado com o senso apreensão criado pela câmera de Matthews, sempre fazendo sugestões, como na cena em que Joel passa por trailers e vemos algumas criaturas escondidas nesses automóveis. O tempo todo a direção está antecipando ao público informações que o protagonista não sabe, o que cria um bom suspense. E tudo isso é reforçado pelo design de produção e das criaturas, responsáveis por fazer aquele mundo parecer crível, trazendo proximidade (já que essas criaturas algum dia foram animais do nosso mundo) e perigo (pois elas foram modificadas e se tornaram gigantes assassinos), possibilitando até quebrar a expectativa do público com alguns animais ameaçadores sendo bondosos.
Entretanto, se a aventura de Joel já é divertida de acompanhar por si só, o filme encontra ainda mais força na forma como desenvolve a suas questões dramáticas, tendo muito mais coração do que a maioria das obras desse subgênero do terror. E isso funciona por termos um protagonista que é muito disposto a se relacionar com desconhecidos, o que faz com que ele acolha o cachorro como seu parceiro, aproxime-se de Clyde, Minnow e do robô e faça sua relação com a ex-namorada algo real. Como em todo bom video game, é necessário nos importamos com o personagem que estamos seguindo, o que “Amor e Monstros” faz bem.
Nota: 7.0
Assista ao trailer:
Ficha Técnica:
Título original: Love and Monsters
Data de lançamento: 14 de abril de 2021
Direção: Michael Matthews
Elenco: Dylan O’Brien, Jessica Henwick, Michael Hooker
Gêneros: Aventura, futuro pós-apocalíptico
Nacionalidade: EUA