Sábado, dia 23 de abril, o novo filme da Marvel, “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” foi banido na Arábia Saudita e no Egito, por conta de uma personagem.
Trata-se de América Chavez e o motivo é a personagem ser LGBTQIA+. Vale lembrar que ambos os países vivem ditaduras que condenam e até matam homossexuais. Não há chance de reversão nesses casos e a Marvel aceitou o banimento.
Isso acontece com frequência?
Por mais que a notícia tenha se popularizado por se tratar de um filme da Marvel muito aguardado, esse tipo de banimento está longe de ser exceção. Na verdade, está mais para a regra mesmo.
Grande parte dos filmes sofrem alterações para serem lançados em diversos países do mundo. Essas censuras, quase sempre vindas de regimes ditatoriais, acontecem pelos mais diversos motivos. Desde personagens LGBTQIA+, até cenas de sexo, violência ou algo que pode “ferir a moral ou os costumes” de determinado país.
É muito comum também banimentos de filmes inteiros ou cenas cortadas quando determinada nação se sente ofendida pela forma como é retratada pela obra.
Há países com sistemas próprios de censura responsáveis por fazer novos cortes das obras. O caso mais conhecido atualmente é o da China, que só lança obras estrangeiras, sobretudo estadunidenses, após ampla fiscalização de sua censura. Muitas vezes, diversas cenas são deletadas ou o filme é proibido de lançar, como aconteceu recentemente com “Shang Chi e a Lenda dos Dez Anéis” e “Era Uma Vez em Hollywood”.
O Brasil também viveu esse tipo de censura na época da ditadura militar de 1964. Filmes eram exibidos aqui com diversas cenas faltando, seja por algum discurso social que o governo não concordava ou por cenas mais explícitas de violência e nudez, muito comuns no cinema hollywoodiano daquela época. Muitos brasileiros só foram ter acesso a esses filmes completos após a queda do regime ditatorial.
Vale destacar também que o caso de “Doutor Estranho” é menos sentido na Marvel por serem dois países de menor bilheteria. Por outro lado, quando se trata da China, por exemplo, que representa a maior bilheteria do mundo, a Disney sempre aceita os cortes, independente de como a obra fica após passar pela censura. O mesmo ocorreu recentemente com a Warner, que cortou os trechos que deixavam claro o romance entre Grindelwald e Dumbledore para exibir o novo “Animais Fantásticos” no país.
Além disso, os estúdios hollywodianos têm introduzido diversos elogios ou elementos relacionados à cultura chinesa em suas obras. Tudo isso a fim de agradar o país e lucrar com a sua bilheteria.