“Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” é o novo filme de super-herói do Universo Cinematográfico da Marvel, que agora tem Wakanda ameaçada por uma nação desconhecida.
O filme está disponível nos cinemas.
É bom?
“Pantera Negra 2” é a Marvel finalmente conseguindo trabalhar o protagonismo feminino com gosto e não apenas por interesses comerciais ou do universo.
O longa se inicia com uma tocante homenagem ao Chadwick Boseman, eternizando-o como ator e personagem. Entretanto, por mais que a presença espiritual do personagem se faça sentida durante vários momentos do longa, Ryan Coogler consegue finalmente dar um protagonismo feminino honesto ao MCU.
E quando falo sobre um protagonismo honesto não estou embarcando naquele discurso misógino que questiona mulheres sendo protagonistas em filmes de heróis. Muito pelo contrário, é justamente compreendendo que um filme como “Capitã Marvel” apenas se utiliza da personagem porque o poder dela vai ser importante em “Vingadores: Ultimato”. Ou entendo que “Viúva Negra” foi feito com 10 anos de atraso, com a personagem já morta e sob a única função de apresentar Yelena.
Ou seja, enquanto a Marvel vende há alguns anos a sua força feminina para se adequar ao sistema, na verdade, apenas se utiliza dessas mulheres comercialmente, mas pouco se interessa por elas. O contraste de interesse na construção dessas personagens e dos heróis homens é notável.
Talvez uma exceção apareça em “Wandavision”, mas, ainda assim, a personagem é jogada para um luto que tudo tem a ver com o homem perdido e o ser mãe. Em “Pantera Negra 2”, sem alarde algum, finalmente o MCU se joga no caminho do real protagonismo feminino.
Assim, as mulheres dominam a tela, movem a narrativa, são o foco das relações dramáticas, fogem do estereótipo da mulher heroína masculinizada e o longa encontra em Shuri (apesar dos diversos problemas extra filme da atriz) uma espécie de jornada de origem e de auto descobrimento daquela que liderará o seu povo.
“Pantera Negra 2” é então uma guinada no caminho certo para o futuro dessas personagens, que só não funciona mais porque sofre ao não conseguir criar um encantamento sobre o mundo submarino de Namor (um ótimo vilão, por sinal), ao mesmo tempo que a narrativa inchada, cheia de conveniências e esteticamente genérica em nenhum momento encontra a identidade do primeiro filme. Ainda assim, é o melhor da Fase 4 até agora.
Nota:
Assista à minha crítica em vídeo:
Assista ao trailer:
Ficha Técnica:
Título original: Black Panther: Wakanda Forever
Data de lançamento: 10 de novembro de 2022
Direção: Ryan Coogler
Elenco: Letita Wright, Angela Bassett, Lupita Nyongo
Gêneros: Ação, Super-herói
Nacionalidade: EUA