Confesso que como um bom paulista, em minha infância fui levado algumas vezes no Simba Safári (atualmente chamado de Zoo Safari) e por mais encantado que fosse com a aproximidade com animais selvagens, nunca deixei de pensar que eram animais selvagens. Que eles não pertenciam, e nem deviam estar ali.

É uma coisa lógica a se pensar, não?

Sendo assim, não apenas uma criança pensando em coisas lógicas, mas alguns outros países já começaram a pensar da mesma maneira, como a Inglaterra, Grécia e Itália, países europeus que já proibiram o uso de animais selvagens como entretenimento em exposições.

Aproveitando essas mudanças, um circo alemão fez uma mudança radical nas suas práticas e passou a usar hologramas em vez de animais verdadeiros. Fundado em 1976, o circo Roncalli investiu quase dois milhões de reais em tecnologia para tornar o mundo de fantasias possível.

No lugar das exóticas criaturas em carne e osso, surgem diversos bichos por meio de hologramas: leões, cavalos, peixes gigantes e até um elefante tradicional efetuando algumas acrobacias, animais comuns em circos pelo mundo. Sem os animais exóticos, o show é composto pelas imagens em hologramas juntamente a efeitos sonoros.

A ideia é que o público tenha a mesma experiência de um circo real, mas que a criticada prática de adestrar bichos e mantê-los enjaulados não ocorra neste “novo circo”.

Para trazer os bichos à vida, são usados 11 projetores espalhados pelo auditório. Além deles, o circo precisou de 15 designers e engenheiros de software para criar o espetáculo.

Outro motivo que contribuiu para a queda no uso de animais vivos nos shows é o custo de manutenção. Em 2016, quando o Circo Roncalli ainda trabalhava com alguns animais, uma viagem entre uma cidade e outra poderia custar até 80 mil euros, o equivalente a 345 mil reais.

No Brasil, 11 estados já proíbem o uso de animais na atividade circense, mas ainda não existe uma regulamentação que valha para todo o país. Um projeto de lei nacional foi apresentado em 2006, mas até hoje está em tramitação no plenário.

Clique para ampliar: