Ainda é um pouco cedo para falar de Oscar, já que faltam mais de quatro meses para conhecermos os indicados. Porém, passado festivais importantes como Cannes, Toronto e Veneza, podemos começar a especular sobre a famosa corrida do Oscar.
Além disso, muitos filmes do Oscar acabam aparecendo depois desses festivais. Mas, de qualquer forma, já dá para começar a brincar de apostar baseado em recepção de crítica, diretores, elencos, prêmios, estúdios, entre outros fatores.
Por isso, começarei pelos filmes que já estrearam no Brasil para depois falar dos que ainda não assisti.
Era Uma Vez Em… Hollywood
Quentin Tarantino (“Pulp Fiction”, “Bastardos Inglórios”) é quase sempre figura garantida no Oscar. Dos seus oito filmes anteriores, cinco apareceram na premiação. E apesar de “Era Uma Vez Em… Hollywood” não ser o melhor filme do diretor (como já disse em minha crítica), ele é o com mais cara de Oscar.
Além de ser uma das direções mais maduras do Tarantino, o longa fala sobre algo que a Academia adora: sobre a própria indústria. Só nesta década, é possível ver pelo menos dois filmes vencedores do Oscar que falam sobre cinema de alguma forma. São eles: “O Artista” (2011) e “A Forma da Água” (2017).
Então, não seria surpresa se Tarantino vencesse Melhor Filme ou Melhor Diretor pelo longa. As indicações são quase garantidas. O filme ainda pode aparecer com Ator, Ator Coadjuvante, Roteiro Original e em categorias técnicas.
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Rocketman
Menos de um ano após “Bohemian Rhapsody” vencer quatro Oscars, “Rocketman” surgiu para retratar outra lenda do Rock. Mas dessa vez de forma mais honesta e ousada. Taron Egerton também se entrega completamente ao papel e pode pintar na categoria de melhor ator.
O único problema do filme é que a Academia pode evitar indicar dois filmes com temáticas tão parecidas em anos consecutivos. Ainda que o segundo seja bem superior ao primeiro. Além disso, os votantes tendem a ignorar filmes do primeiro semestre.
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Vingadores: Ultimato
Pode parecer estranho “Vingadores: Ultimato” aparecer na corrida do Oscar. Porém a premiação está se mostrando mais receptiva para filmes de heróis nos dois últimos anos, principalmente com “Pantera Negra”, ano passado.
Além disso, a Academia está tentando indicar filmes populares para atrair mais público, já que a audiência vinha caindo muito. E claro que a maior bilheteria da história entraria nessa proposta.
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Nós
Apesar do Oscar não ser muito adepto do gênero de terror, Jordan Peele conseguiu fazer com que “Corra!” fosse indicado em quatro categorias em 2018. Muito disso graças aos subtextos sociais que o filme trazia. “Nós” segue a mesma linha e pode ser reconhecido por isso. Ainda que este está mais próximo de ser um filme de gênero do que o primeiro, algo que diminui suas chances. E é mais um filme do começo do ano. Destaque aqui para a atuação de Lupita Nyong’o, que pode aparecer como Melhor Atriz.
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Dor e Glória
Pedro Almodóvar é um dos diretores europeus mais aclamados de todos os tempos. E “Dor e Glória” é um dos melhores filmes do cineasta nos últimos anos. Além disso, o longa é mais um a falar sobre o cinema e com um roteiro autobiográfico.
O filme que foi premiado em Cannes pode não ter tantas chances na categoria principal, mas é forte candidato a Melhor Estrangeiro. Além disso, tem chances em Diretor, Roteiro e Ator.
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Coringa
Além da abertura do Oscar para filmes de quadrinhos, “Coringa” venceu o Festival de Veneza, termômetro fortíssimo na corrida pelo Oscar (como eu disse nesse texto). Porém, apesar de Joaquin Phoenix ser quase indicação certa para Melhor Ator, o filme que havia sido elogiado em Veneza foi criticado em Toronto por ser muito violento. Crítica bastante estranha em se tratando de um personagem que tem essa como uma de suas principais características. Dessa forma, o longa talvez perca um pouco de força na briga por Melhor Filme e Diretor.
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The Irishman
Para muitos a estreia mais aguardada do ano, “The Irishman” é novo filme de Martin Scorsese, um dos diretores mais indicados da história, com nove nomeações e uma vitória. É difícil falar sobre o longa porque ele ainda não estreou nem internacionalmente, mas a expectativa é alta para a reunião entre Scorese, Robert De Niro, Al Pacino e Joe Pesci, todos já premiados com pelo menos um Oscar.
Além disso, o filme é uma aposta altíssima da Netflix, que tornou este o longa mais caro da carreira do diretor. Então, o estúdio deve gastar bastante na campanha de divulgação do longa, algo importante para a premiação.
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Parasite
O novo longa do coreano Bong Joon-ho foi o vencedor em Cannes, festival mais importante do cinema. Extremamente elogiado, o filme é um dos favoritos para Melhor Estrangeiro. Mas, com o aumento do interesse da academia por longas não-americanos, não seria surpresa se “Parasite” aparecesse em categorias principais como Filme, Diretor e Roteiro.
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Ford v Ferrari
Dirigido por James Mangold (Logan), “Ford v Ferrari” tem a cara de filme de Oscar. Foi elogiado no Festival de Toronto, conta uma história real de personalidades famosas, tem ótimos atores em Christian Bale e Matt Damon e um bom e conhecido diretor. Apesar de nunca ter sido reconhecido na categoria, quase todos os filmes de Mangold apareceram em categorias principais, sobretudo em atuação. “Garota, Interrompida” rendeu um Oscar à Angeline Jolie, enquanto “Johnny & June” premiou Reese Witherspoon.
Além disso, o filme é da Fox Searchlight (líder de indicações nos últimos dois anos) recém comprada pela gigante Disney. O investimento na campanha desse filme deve ser pesado e ele dificilmente ficará de fora das categorias principais.
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Ad Astra
Apesar de pouco conhecido do grande público, James Gray é um diretor bastante querido pela crítica. Depois de iniciar a carreira com filmes mais independentes, ele tem aqui a sua maior produção. “Ad Astra” é mais um longa que se encaixa nos moldes do Oscar, por se tratar de um drama espacial patriótico protagonizado por um ator renomado. Elogiado em Veneza, muitos apontam Brad Pitt como um dos favoritos para Melhor Ator. Se isso acontecer, ele teria chance de receber indicação como ator principal e coadjuvante (“Era Uma Vez Em… Hollywood”).
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Marriage Story
Mais uma aposta da Netflix no ano, “Marriage Story” surge como um dos favoritos para todos os principais prêmios. Elogiado em Veneza, o filme é dirigido por Noah Baumbach, cineasta querido pela crítica e que já foi indicado ao Oscar uma vez (Melhor Roteiro com “A Lula e a Baleia”), e que finalmente terá a chance de ser reconhecido nas categorias de Melhor Filme e Diretor. Além disso, Adam Driver e Scarlett Johansson surgem como favoritos para indicações de Ator e Atriz.
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Little Women
Casada com Noah Baumbach e indicada por “Lady Bird”, Greta Gerwig tem boas chances de fazer a dobradinha do casal com “Little Women”, uma das principais apostas da Sony, mas que ainda não estreou nem em festivais nem no circuito aberto. Fala-se ainda que o estúdio fará campanha forte para a indicação de Saoirse Ronan, uma das queridinhas da premiação.
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Uncut Gems
Dirigido pelos irmãos Josh e Benny Safdie, dois dos mais promissores cineastas do momento, que ganharam notoriedade com o excelente “Bom Comportamento”, “Uncut Gems” é a principal aposta da A24 para o Oscar. Além dos diretores, o filme vem ganhando reconhecimento pela atuação de Adam Sandler, talvez a grande surpresa da temporada de premiações.
Filme ainda sem trailer divulgado.
The Two Popes
Dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles que já recebeu indicação ao Oscar por “Cidade de Deus”, além de seu longa “O Jardineiro Fiel” receber quatro indicações, “The Two Popes” é mais uma aposta interessante da Netflix. O filme pode vir forte principalmente nas categorias de Ator, com Jonathan Pryce, e Ator Coadjuvante, com Anthony Hopkins.
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The Report
Dirigido pelo experiente roteirista Scott Z. Burns, “The Report” fez barulho no Festival de Sundance, no começo do ano, e é mais uma aposta da Amazon. Destaque para as atuações de Adam Driver e Annette Bening. Porém, o longa pode ser prejudicado pela forma como o estúdio lançará o filme nos EUA, em circuito fechado em Los Angeles por duas semanas apenas, para depois colocar direto em seu serviço de streaming. Esse é o tipo de coisa que boa parte dos votantes da Academia não gosta.
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The Lighthouse
Dirigido por Robert Eggers (“A Bruxa”), “The Lighthouse” é mais uma aposta da A24 extremamente elogiada em festivais. Sobretudo pelas atuações de Willem Dafoe e Robert Pattinson e pela fotografia. Porém, o filme pode perder força por sua temática, já que se trata de um drama psicológico de terror, gênero não muito bem aceito pela academia.
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Dolemite is My Name
Elogiado em Toronto “Dolemite Is My Name” aparece como um possível candidato por se tratar de uma comédia dramática baseada em fatos reais. Além do gênero ser a cara do Oscar, ele também traz temáticas sociais ao explorar um personagem do movimento Blaxploitation. E o destaque aqui deve ficar para a atuação de Eddie Murphy.
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A Beautiful Day in the Neighborhood
Recentemente indicada a Roteiro Adaptado por “Poderia Me Perdoar?”, Marielle Heller volta com mais um longa baseado em personagens reais. Dessa vez, Tom Hanks vive o apresentador de TV Fred Rodgers no elogiado “A Beautiful Day in the Neighborhood”. E o destaque deve ficar mesmo para o ator.
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Outros filmes para ficar de olho
Mas também há outros filmes que podem pintar como azarões: “Jojo Rabbit”, de Taika Watiti (Vencedor do Prêmio do Público em Toronto), “1917”, de Sam Mendes, “Clemency”, de Chinonye Chukwu, “Honey Boy”, de Alma Har’el, “The Farewall”, de Lulu Wang, “Just Mercy”, de Destin Daniel Cretton, “Knives Out”, de Rian Johnson e “Waves”, de Trey Edward Shults.
