Vivendo a princípio em Cambridge, nos Estados Unidos, Stan Ulam (Philippe Tlokinski) é um talentoso matemático judeu polonês de 30 anos. No entanto, a vida de Stan vira de ponta cabeça quando ele perde sua bolsa em Harvard. Mas nem tudo está perdido. Seu melhor amigo, o gênio húngaro Johnny von Neumann, rapidamente lhe oferece um emprego misterioso que o leva ao Novo México.

Filme distribuído pela A2 Filmes no Brasil.

O Matemático (2020) é um destes filmes intimistas que narram sobre coisas grandiosas de maneira consciente e sem exageros, de forma que o que chame a atenção ao longo de seus 102 minutos sejam, de fato, os dilemas morais, as atuações, os diálogos e, claro, as consequências das esolhas dos personagens. Isso porque Stanislaw Ulam, vivido pela segura e correta atuação de Philippe Tlokinski, é um talentoso matemático judeu-polonês de 30 anos que trabalha contribuindo diretamente com o desenvolvimento do Manhattan Project, que desenvolveu as bombas de hidrogênio que levariam aos já tão conhecidos estragos sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, respectivamente.

Sob direção de Thorsten Klein, o filme é ambientado em um cenário dos anos 40 (durante a Segunda Guerra Mundial) e, portanto, possui uma fotografia que dá preferência a tons marrons, laranjas, amarelos e azuis. A iluminação também é um ponto chave da boa direção, uma vez que é possível encontrar, em várias cenas, a escassez de luz, numa tentativa de mostrar o que está acontecendo na trama e, claro, no íntimo do protagonista.

No filme, a missão patriótica de usar o intelecto em favor do avanço militar de seu país leva o protagonista a se sentir usado, pois, apesar de ser um jovem brilhante, ele usa a sua habilidade como ferramenta desumana que patrocinará a destruição. Sendo assim, fica evidente que seus dilemas tanto no trabalho quanto na vida pessoal acabam levando a situações com aquela vivenciada na praia, quando ele perde a cabeça e destrata quem não tem culpa alguma do que ele está vivendo, e, ainda, quando seu corpo reage à notícia de que sua irmã morreu.

A relação de Stan Ulam com seu irmão Adam (vivido por Joel Basman) é mais um aspecto que merece atenção no filme, principalmente por causa do afastamento de ambos. A direção busca evidenciar isso através da profundidade de foco, colocando os personagens em cômodos separados. Outro importante acontecimento que se desenrola paralelamente à situação de Ulam e da sempre equilibrada esposa (vivida por Esther Garrel) em Los Alamos, no Novo México, é a necessidade de ajudar a irmã dele a fugir da Polônia, uma vez que este foi tomado pelos nazistas.

O Matemático é um filme que não força qualquer tipo de vistuosismo, mas busca ser coeso na maior parte do tempo, canalizando toda a sua energia para a situação vivida, de forma individualizada, pelo personagem principal. Também não é objetivo do longo julgar os cientistas envolvidos no Manhattan Project, mas, sim, deixar isso a cargo dos próprios responsáveis pela desenvolvimento do projeto, como numa espécie de auto julgamente pelo que fizeram. Dessa forma, a forma como cada um (principalmente Stan e seu amigo) lida com a situação é um aspecto do filme que chama a atenção do telespectador. As cenas inicial e final do filme mostram justamente o contraste de um profissional feliz e satisfeito com a profissão e com vida que possui e uma vida moldada por culpa, arrependimento e tristeza.

Critica O MATEMATICO 1

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Ficha técnica:

  • O Matemático | Adventures of a Mathematician |
  • Ano: 2020
  • Duração: 102 min
  • Direção e roteiro: Thor Klein
  • Elenco: Philippe Tlokinski, Esther Garrel, Sam Keeley, Joel Basman, Fabian Kociecki, Ryan Gage, Sabin Tambrea, Mateusz Wieclawek.

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